“É vital que [os líderes] integrem a tecnologia desde o início do desenvolvimento de novos produtos”, diz CEO da Accenture para a Europa

Um novo estudo da Accenture revela que as empresas europeias poderiam gerar quase 3 mil milhões de euros em receitas adicionais até 2024 se conseguissem colmatar o défice tecnológico em cargos C-Level (Administração).

André Manuel Mendes
Julho 25, 2023
12:55

Um novo estudo da Accenture revela que as empresas europeias poderiam gerar quase 3 mil milhões de euros em receitas adicionais até 2024 se conseguissem colmatar o défice tecnológico em cargos C-Level (Administração).

Os dados deste estudo comparam o Velho Continente com a América do Norte, e mostram que, para dar resposta a esta lacuna, as organizações europeias terão de adotar uma abordagem diferente, a qual passa por melhorar a experiência tecnológica nas suas administrações; acelerar o investimento em I&D que permita o desenvolvimento de novos modelos de negócio; e tirar partido dos pontos fortes em termos de competências.

O relatório “Innovate or Fade” concluiu que apenas 14,4% dos membros dos conselhos de administração das empresas europeias analisadas têm experiência em tecnologia, em comparação com 21,6% das empresas da América do Norte.

Neste âmbito, as empresas dos Países Baixos, da Irlanda e do Reino Unido são as que têm mais experiência tecnológica nos conselhos de administração (19,1%, 18,9% e 18,8%, respetivamente), enquanto a Noruega, Áustria e Portugal se situam abaixo dos 10% (6,2%, 6,1% e 4,5% respetivamente).

Os dados mostram ainda que apenas 11% dos diretores executivos destas empresas europeias têm experiência em tecnologia, em comparação com 17% dos diretores executivos da América do Norte, e que 33% das empresas europeias não têm qualquer membro do conselho de administração com experiência em tecnologia.

“Os conselhos de administração e os diretores executivos costumavam pensar primeiro na estratégia de negócio e só depois na forma como a tecnologia a poderia apoiar. Agora é vital que integrem a tecnologia desde o início do desenvolvimento de novos produtos, serviços ou modelos de negócio. Caso contrário, as empresas arriscam-se a perder milhares de milhões de receitas adicionais”, diz Jean-Marc Ollagnier, CEO da Accenture para a Europa.

O executivo dá como exemplo a Inteligência Artificial generativa, sublinhando que “a questão-chave para a liderança prende-se como o modo como se integra esta tecnologia para impulsionar a eficiência e o crescimento, de forma responsável – pelo que é fundamental ter um elevado nível de experiência”.

No entanto, apesar desta lacuna de experiência tecnológica ao nível da direção, o relatório concluiu que as empresas europeias estão mais empenhadas em melhorar as competências tecnológicas dos seus colaboradores do que as suas congéneres americanas.

“Os investimentos de I&D em tecnologia são cruciais para construir o crescimento futuro, através de novos produtos, serviços e modelos de negócio. Por exemplo, para implementar modelos circulares, as empresas podem analisar o papel das tecnologias na garantia da rastreabilidade dos componentes e melhorar a transparência do processo de reciclagem para ajudar a proporcionar a confiança que os consumidores esperam para promover a reutilização dos produtos”, sublinha Jean-Marc Ollagnier.

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