Um estudo em 126 países, que juntou investigadores da Universidade de Campinas e de Barcelona, identificou um conjunto de factores que contribuem para a propagação da covid-19, numa fase inicial da pandemia, quando ainda não foram implementadas medidas para conter a infecção, de acordo com a agência FAPESP.
«Escolhemos como ponto de partida da nossa análise o dia em que cada país registou o trigésimo caso de Covid-19 e analisámos os dias seguintes (entre 12 a 20 dias, dependendo do país)», explica à agência Giorgio Torrieri, professor no Instituto Gleb Wataghin e coautor do artigo.
O responsável acrescenta ainda: «O objectivo passava por entender o que se passou na fase em que a doença cresceu livremente, de forma quase exponencial», sem qualquer impedimento ou medida preventiva.
Neste sentido, os especialistas descobriram oito factores que contribuíram para propagar o vírus numa fase inicial, nomeadamente:
- Menor exposição aos raios ultravioleta, o que causa níveis baixos de vitamina D no sangue;
- Maior percentagem de idosos;
- Número crescente de turistas internacionais nos primeiros dias da epidemia;
- Início precoce do surto (nos países onde a aplicação de medidas de prevenção foi mais lenta);
- Cancro;
- Obesidade;
- Consumo de álcool e tabaco;
- Contacto físico (nas saudações por exemplo).
«A ideia era avaliar o seguinte: caso não fosse feito nada para conter a doença, com que velocidade o vírus se propagaria nos diferentes países ou nos diferentes grupos sociais? Factores como a temperatura, densidade demográfica e condições de saúde da população influenciam a velocidade do contágio?», questiona Torrieri. Agora sabemos que sim.














