Varsóvia, capital da Polónia, foi palco de uma marcha antigovernamental este domingo, composta por centenas de milhares de pessoas para protestar contra normas antidemocráticas do Governo por entre receios de que o país esteja a seguir os passos da Hungria e Turquia a caminho da autocracia.
Rafal Trzaskowski, autarca de Varsóvia e que pertence ao partido de oposição que liderou a marcha, estimou que participaram no protesto meio milhão de pessoas – o portal de notícias Onet garantiu que havia pelo menos 300 mil pessoas na marcha. Houve também grandes multidões que se reuniram em Cracóvia e outras cidades polacas, com críticas ao Governo de violar a constituição e corroer os direitos fundamentais na Polónia.
#Marsz4czerwca. Idziemy razem. Z @donaldtusk, z Lechem Wałęsą, z przyjaciółmi ze strony demokratycznej. Z całym morzem ludzi dobrej woli z każdego zakątka kraju. Idziemy dla wolnej, demokratycznej, europejskiej Polski. Idziemy po zwycięstwo! ✌️🇵🇱 pic.twitter.com/MkbrkoexxQ
— Rafał Trzaskowski (@trzaskowski_) June 4, 2023
O ex-presidente Lech Walesa, líder do movimento ‘Solidariedade’ que desempenhou um papel histórico na queda do comunismo na Polónia, marchou ao lado do líder do partido de oposição ‘Plataforma Cívica’, o ex-primeiro-ministro Donald Tusk.
“Vamos a essas eleições [no outono] para vencer e corrigir os erros humanos. Prometo a vitória, compensação pelos erros humanos e reconciliação entre os polacos”, sublinhou Tusk à multidão. Já o porta-voz do Governo, Piotr Mueller, acusou Tusk e Walesa de “tentarem derrubar o Governo”.
Os apoiantes da marcha alertaram que a eleição pode ser a última chance do país de impedir a erosão da democracia sob o partido no poder ‘Lei e Justiça’ – no poder desde 2015, o partido encontrou uma fórmula popular de apoio, combinando maior gasto sociais com políticas socialmente conservadoras e apoio à igreja católica. No entanto, os críticos alertam há anos que o partido está a reverter muitas das conquistas feitas desde que a Polónia saiu do regime comunista em 1989.
