Aumentar a energia eólica e a produção de carros elétricos afinal pode ser muito pouco sustentável, tendo em conta a quantidade de níquel, cobalto, lítio, cobre e outros minérios tão necessários para este setor. A conclusão é do relatório “O Papel dos Minerais Críticos nas Transições de Energia Limpa”, publicado hoje pela Agência Internacional de Energia.
O documento, considerado pela imprensa internacional com um verdadeiro alerta vermelho lançado à indústria e aos Governos nacionais, estima “que a dependência da humanidade face a estes minérios pode aumentar seis vezes mais até 2040”.
No comunicado de apresentação do relatório a agência chega mesmo a dar um exemplo: “só para termos a noção, uma central eólica precisa de nove vezes mais recurso minerais do que uma tradicional central a gás”.
Até 2040, estima-se que o mundo seja ocupado por 56 milhões veículos elétricos, o que constituirá mais de metade do número total global de automóveis, e que até 2030 80% da energia produzida seja de origem renovável, de acordo os dados da Bloomberg New Energy Finance (BNEF).
“Estes dados mostram uma iminente incompatibilidade entre as ambições climáticas dos Governos e a dependência dos minérios necessários para a realização destes objetivos”, frisou Fatih Birol, diretor executivo da AIE.
O relatório apresenta ainda várias recomendações fundamentais para o que descreve como uma “nova e abrangente abordagem para a segurança mineral”. Para tal, a agência apela aos Executivos dos países que trabalhem “pelo aumento da prática da reciclagem, da promoção da inovação e investigação em novas alternativas aos combustíveis fósseis, para que estas se alicercem sobretudo na diversidade”.













