ISCTE Executive Education: «Visão sem acção é apenas um sonho. Acção sem visão é um pesadelo»

Para o presidente do ISCTE Executive Education (IEE), a verdadeira aprendizagem não está só na teoria, mas na capacidade de agir com visão estratégica, adaptando-se às exigências de um mundo empresarial em constante mudança.

Executive Digest
Abril 7, 2025
10:30

Num mercado em constante mudança, a formação de executivos emerge como uma ferramenta essencial para o sucesso organizacional. Cada vez mais, as empresas precisam de líderes que tenham não só conhecimento técnico, mas também a capacidade de antecipar tendências, tomar decisões estratégicas e, acima de tudo, agir com confiança perante cenários de incerteza. A formação executiva, ao unir a teoria à prática, permite moldar profissionais preparados para enfrentar os desafios globais de forma eficaz e visionária. É neste contexto que o IEE se posiciona como um dos principais centros de formação, com uma abordagem diferenciada, como revela José Crespo de Carvalho, presidente da instituição.

Quais os factores de diferenciação que distinguem a oferta de formação para executivos do IEE?

A oferta do IEE destaca-se pela sua forte ligação ao tecido empresarial, aos casos práticos, aos exemplos e a uma abordagem pragmática e orientada para a resolução de problemas reais das organizações.

Em paralelo, a excelência do corpo docente, composto por académicos de renome e profissionais de mercado altamente qualificados, assegura uma aprendizagem que combina conceptualização avançada com uma prática empresarial muito actual.

Se, por diferenciação, entendermos igualmente o carácter próximo entre docentes e participantes; o trabalho que fazemos para formar pessoas completas, numa perspectiva transversal e humanista; a vontade que temos de construir de forma holística decisores, trabalhando autonomia, gestão própria (self-management), auto-conhecimento (self-awarness), capacidade de comunicação, orientação para resultados, para além de conteúdos técnicos e novas tecnologias (como IA generativa, entre outras); então, estaremos também a diferenciar.

Finalmente, se utilizarmos um ecossistema de formação de executivos com características muito particulares e direccionadas para a inclusão, multiculturalidade e responsabilidade social, então, estaremos a caracterizar de forma mais ou menos expressiva a nossa operação de formação de executivos.

Obviamente que os nossos diferenciais competitivos estão assentes nas dimensões de recursos e competências. Nem poderia ser de outra forma.

De que forma a oferta de formação executiva do IEE responde às necessidades de um mercado cada vez mais competitivo e em rápida evolução?

Adaptamo-nos, continuamente, às dinâmicas do mercado, actualizando os nossos programas, em conteúdos e formatos, para reflectir as últimas tendências e desafios do mundo empresarial. Isto é conseguido através de um diálogo constante com os líderes da indústria, bem como a integração de tecnologias emergentes e metodologias inovadoras, de jogos a dinâmicas activas que permitem uma enorme participação e impacto.

Sabemos, porém, que os nossos participantes, empresas ou individuais, têm requisitos próprios. Por esse motivo, temos sempre vontade de ouvi-los. Tudo o que dizem e assinalam é, para nós, uma luz a considerar na forma de fazer e de evoluir em co-criação com o mercado.

Estamos a surgir com novos programas na área do pensamento crítico, da comunicação e da resolução de problemas complexos. Tudo competências que são mais do que necessárias. De resto, também são exigências muito sublinhadas sobre a forma como fazemos emergir competências futuras. Uma coisa é certa: vivemos do mercado e, em formação de executivos, o mercado comanda as nossas acções.

Quais os principais desafios do mercado que levam os gestores a procurar formação executiva?

Os gestores enfrentam a necessidade de liderar em ambientes de alta incerteza e complexidade, requerendo competências avançadas em liderança, gestão da mudança e inovação (sentido lado).

A formação executiva é procurada para desenvolver estas capacidades, bem como para aprofundar conhecimentos específicos em áreas como a transformação digital e a sustentabilidade. Isto, obviamente, além de alavancar conhecimentos em áreas mais técnicas e ditas mais convencionais, mas, sempre, a par com uma componente humana de grande inclusão e respeito por todos.

Como é que os programas do IEE preparam os executivos para liderar com visão estratégica e capacidade de adaptação num contexto global de incerteza?

Os nossos programas enfatizam uma visão estratégica global, fortalecendo as competências analíticas e de tomada de decisão dos executivos. Mais auto-conhecimento e mais conteúdo prático para um maior auto-confiança e melhores relações na liderança.

Através de simulações, estudos de caso e projectos reais, proporcionamos uma aprendizagem que prepara os líderes para antecipar e responder, eficazmente, aos desafios globais e locais.

Fazemos muito foresight em conjunto com os nossos participantes e, em cada indústria e mercado, estamos sempre muito preparados para ver além, criar cenários e construir alternativas para a acção. Se adicionarmos a isto o viés que temos para a acção, pensamos que estamos no caminho certo para preparar melhores pessoas, quer a nível pessoal quer a nível profissional.

Somos muito adeptos do mote nipónico: «Visão sem acção é apenas um sonho. Acção sem visão é um pesadelo». Por isso, vamos atrás das duas componentes desta equação. E assinamos “real-life learning”, porque estamos muito orientados para a acção. Mas sempre com visão.

Como estão a preparar os gestores e executivos para enfrentar os desafios reais da transição sustentável?

Os programas e projectos do IEE incorporam a sustentabilidade como um pilar central, procurando ir atrás de práticas que equilibram objectivos económicos com impactos ambientais e sociais. Adaptamos estes conhecimentos ao contexto português, focando-nos sempre nas particularidades locais, sem perder de vista as tendências e as regulamentações globais.

E sobre o Executive MBA? Como é que se tem adaptado às exigências do mercado de trabalho atual?

O IEE mantém um rigoroso padrão de qualidade, evidenciado pela nossa posição no ranking do Financial Times (FT) ou no ranking QS. Ser um dos dois MBA do País a estar entre os 100 melhores do mundo no FT torna-se uma responsabilidade acrescida muito grande.

Esta qualidade é alcançada através de uma constante inovação curricular e de um forte investimento no desenvolvimento pessoal e profissional dos nossos alunos. Dizemos muito frequentemente, quer para o Executive MBA quer para todos os nossos participantes, que queremos ajudar a que ponham o coração no lado certo.

A parceria com a London Business School e com a La Fabrica de Sevilla enriquecem o nosso programa ao proporcionar uma perspectiva internacional mais ampla e o acesso a uma rede global de antigos alunos, aumentando, assim, o valor e o alcance do nosso Executive MBA.

O impacto nos executivos é profundo, traduzindo-se em melhorias significativas na sua capacidade de liderança, visão estratégica e habilidades de gestão internacional. Crescem como pessoas, crescem na capacidade de leitura, de autonomia e de decisão. E para nós, é um privilégio vê-los voar em várias empresas, a estar no topo e em vários tipos de organizações.

Como é que os participantes internacionais avaliam a experiência no IEE, considerando tanto a qualidade académica como o impacto do estilo de vida e da cultura em Portugal?

Os estudantes internacionais valorizam, altamente, a qualidade académica do IEE e citam, frequentemente, a experiência cultural e o estilo de vida em Portugal como extremamente enriquecedores. Contribuem para uma formação pessoal e profissional mais completa. Convém não esquecer que temos mais de um terço de alunos executivos, transversalmente, com origem internacional e somos top no número de geografias ou origens geográficas alcançadas. Quem o diz é o Financial Times.

De que forma a participação em módulos internacionais ou experiências fora de Portugal são enriquecedoras para a oferta formativa de executivos do IEE?

Os módulos internacionais expandem os horizontes dos nossos executivos, permitindo-lhes ganhar perspectivas valiosas sobre os diferentes mercados e culturas empresariais. Essas experiências são cruciais para desenvolver uma verdadeira mentalidade global e para entender as complexidades do comércio, da geopolítica e geoestratégia globais e, obviamente, da gestão internacional. O contrário também é verdade, na medida em que recebemos muitos alunos internacionais que não só enriquecem o nosso ecossistema, como também o alavancam para uma alargada multiculturalidade.

Uma coisa é certa e vai continuar a ser. A nossa estratégia continua assente em três pilares: internacionalizar mais e mais, abrir catálogo de produtos em open enrollment e fortalecer e trabalhar as corporate solutions. Todo o mercado conhece estes três pilares. E se mantivermos estes pilares para a sustentabilidade da organização e a satisfação de todos os stakeholders e, principalmente, clientes, não só estaremos no caminho certo, como também estaremos a preparar caminho para o futuro da organização e dos seus principais activos: os alumni.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, pós-graduações & formação de executivos”, publicado na edição de Março (n.º 228) da Executive Digest.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.