A Bugatti está prestes a ser vendida por completo?

Rimac pretende garantir o controlo total – ou pelo menos maioritário – do futuro estratégico da marca francesa

Automonitor
Novembro 21, 2025
15:45

A Bugatti poderá estar à beira de uma nova reconfiguração acionista, depois de Mate Rimac, fundador da Rimac e atual acionista maioritário da joint-venture Bugatti-Rimac, ter apresentado uma oferta preliminar para adquirir a participação de 45% detida pela Porsche. A informação foi avançada pelo ‘Motor1’, que refere que o objetivo passa por garantir o controlo total – ou pelo menos maioritário – do futuro estratégico da marca francesa.

Negócio avaliado em mil milhões e papel da Volkswagen permanece decisivo

A parceria entre a Rimac e o Grupo Volkswagen (através da Porsche) dura há quatro anos e avalia a joint-venture em cerca de mil milhões de euros. Para assumir a totalidade da operação, a Rimac teria de investir aproximadamente 500 milhões de euros na compra da fatia da Porsche. Ainda assim, mesmo que o negócio avance, a influência alemã não desaparece: a Porsche detém 22% da própria Rimac, mantendo ligação indireta à Bugatti.

Segundo o ‘Motor1’, o processo é complexo porque o Grupo Volkswagen não pretende abdicar totalmente da “joia francesa”, cuja transição do Veyron para o Chiron representou um sucesso comercial mais sólido, com as 500 unidades do Chiron vendidas sem dificuldades.

Rimac quer ditar o futuro tecnológico e posicionamento dos próximos modelos

Para Mate Rimac, o controlo da Bugatti permitiria definir a estratégia tecnológica da marca, especialmente num momento em que a próxima geração de hipercarros deverá, inevitavelmente, adotar a eletrificação. Apesar de a Bugatti se preparar para lançar o novo Tourbillon com motor V16 sem eletrificação, a influência crescente da Rimac – especializada em veículos elétricos – deverá marcar de forma decisiva o modelo seguinte, que terá, no mínimo, uma solução híbrida.

A integração mais profunda entre as duas marcas colocaria também novas questões sobre o financiamento do próximo hipercarro, cujo desenvolvimento representa um investimento de grande escala e elevado risco financeiro.

Ligação histórica e independência parcial

A Bugatti deixou há muito de ser totalmente francesa. Antes da aquisição pelo Grupo Volkswagen, em 1998, a marca era controlada pelo italiano Romano Artioli. Com a eventual compra da participação da Porsche, a Rimac ficaria com quase todo o poder de decisão, embora o grupo alemão mantenha presença acionista indireta.

Para já, a fabricante croata desempenha um papel secundário no alinhamento atual da Bugatti, mas a possível entrada plena no capital poderá redefinir a forma como a marca aborda tecnologia, produto e posicionamento num segmento dominado por ciclos longos e custos muito elevados.

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