Presidenciais: Cotrim desafia Marques Mendes a divulgar clientes de sociedade de advogados

O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo desafiou hoje o seu adversário Luís Marques Mendes a divulgar os clientes que representou quando trabalhava numa sociedade de advogados, considerando que os portugueses têm o direito de saber que interesses defendeu.

Executive Digest com Lusa
Dezembro 10, 2025
17:09

O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo desafiou hoje o seu adversário Luís Marques Mendes a divulgar os clientes que representou quando trabalhava numa sociedade de advogados, considerando que os portugueses têm o direito de saber que interesses defendeu.

Em declarações aos jornalistas após ter participado e intervindo num almoço-debate do International Club of Portugal, num hotel em Lisboa, João Cotrim Figueiredo foi questionado se ficou esclarecido com a entrevista dada por Luís Marques Mendes ao Observador, na qual o candidato apoiado pelo PSD diz estar disponível para revelar os clientes da empresa familiar que foi dissolvida em novembro.

Cotrim Figueiredo disse que ficou “em parte” esclarecido, mas ressalvou que Marques Mendes só se disponibilizou para revelar os clientes da sua empresa familiar, “mas não da sua atividade com a sociedade de advogados, refugiando-se no facto de que as relações desses serviços são sigilosas”.

“São sigilosas se os clientes não autorizarem a sua divulgação. E acho que os portugueses têm o direito de saber que género de interesses, e que tipo de interesses, estiveram a ser defendidos durante esse tempo”, referiu.

O candidato presidencial, apoiado pela IL, afirmou que Luís Marques Mendes devia aplicar a si próprio a exigência que fez a Luís Montenegro sobre a Spinumviva, frisando que, na altura, Marques Mendes disse “achar útil o primeiro-ministro esclarecer tudo e quem eram os clientes”.

“Podia aplicar [esse critério] a si próprio, porque o Presidente da República vai ter relações com outros Estados, vai ter relações com Estados onde pontificam algumas empresas ou alguns interesses. Era importante sabermos exatamente o que é que se passou”, disse.

João Cotrim Figueiredo falava aos jornalistas depois de ter discursado num almoço do International Club of Portugal no qual deixou um apelo veemente a que os eleitores, incluindo os que o ouviam, não sejam influenciados pelo voto útil e “votem na primeira escolha para ir à segunda volta” das presidenciais.

“Um país que opta permanentemente pela segunda escolha nunca será um país de primeira. Quem opta permanentemente pela segunda escolha nunca terá um futuro de primeira. Estamos há demasiado tempo a fazer cálculos de que ‘tenho medo do A, do B e do C, e não voto naquilo que eu verdadeiramente quero’. Isso torna-se pernicioso”, defendeu, acrescentando que, “o voto útil, nesta eleição, é a coisa mais inútil que existe”, “quando não contraproducente”.

Neste seu discurso, que dedicou à questão das reformas que considera necessárias para Portugal, Cotrim Figueiredo fez um diagnóstico do estado do país, identificando falhas em matérias como a produtividade nacional, a saúde, a educação, a tecnologia ou justiça, antes de defender que todas precisam de reformas.

“Para isso, precisamos de coragem, porque todas estas coisas custam votos e custam alguma dor de transição, muitas delas. Precisamos de coragem e não precisamos de pensar só na eleição seguinte”, defendeu.

Questionado por um dos participantes sobre como é que tenciona implementar essas reformas caso seja eleito Presidente da República, uma vez que não terá qualquer poder executivo, Cotrim Figueiredo afirmou que tenciona motivar a opinião pública e conseguir que “movimentos sociais, cívicos, profissionais, em alguns casos” tenham vontade de “mudar alguma coisa, de fazer e a esbarrarem constantemente nas estruturas do Estado”.

“As estruturas do Estado são hiper frágeis, com as cabeçadas suficientes, elas abrem brechas. Têm é de se dar as cabeçadas. Dói um bocadinho, depois passa, não chega a fazer sangue. É isso que acho que um Presidente da República pode fazer: inspirarem as pessoas a fazerem mais”, referiu, acrescentando ainda que também acha que o chefe de Estado tem a obrigação de coadjuvar e defender Governos reformista, não os deixando “sozinhos com o ónus dessa reforma”.

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