Ucrânia: Reunião entre Trump e Putin em Budapeste perde gás com Moscovo a negar acordo para encontro

As hipóteses de uma reunião rápida entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, em Budapeste parecem estar a desvanecer-se, segundo novos sinais vindos de Moscovo. Apesar do entusiasmo inicial de Washington, fontes russas afirmam que ainda não existe qualquer acordo formal para o encontro entre os dois chefes de Estado.

Pedro Gonçalves
Outubro 21, 2025
11:04

As hipóteses de uma reunião rápida entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, em Budapeste parecem estar a desvanecer-se, segundo novos sinais vindos de Moscovo. Apesar do entusiasmo inicial de Washington, fontes russas afirmam que ainda não existe qualquer acordo formal para o encontro entre os dois chefes de Estado.

Na semana passada, Trump revelou que tinha mantido uma “longa e produtiva conversa telefónica” com Putin, da qual resultaria um “grande progresso”, acrescentando que ambos tinham concordado reunir-se na capital húngara. A primeira ronda de negociações, segundo o presidente norte-americano, envolveria o secretário de Estado Marco Rubio e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov.

Contudo, essa reunião preliminar também parece estar longe de concretizar-se. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou esta segunda-feira que “é impossível adiar algo sobre o qual nunca existiu acordo”, em resposta a informações divulgadas pela CNN que davam conta de um alegado adiamento. Citado pela agência estatal russa RIA Novosti, Ryabkov acrescentou mais tarde que o eventual encontro entre Rubio e Lavrov “exige uma preparação adicional” antes de poder realizar-se.

Estas declarações arrefeceram as expectativas de um encontro rápido entre Trump e Putin, que o presidente norte-americano pretendia usar como extensão do capital político conquistado após o seu recente acordo de paz no Médio Oriente. O objetivo seria reforçar a sua posição diplomática e procurar um entendimento com Moscovo sobre o fim da guerra na Ucrânia.

A proposta de cimeira em Budapeste foi prontamente elogiada pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que a classificou como “uma grande notícia para as pessoas amantes da paz em todo o mundo”. Contudo, a ideia gerou indignação em várias capitais europeias. Alguns governos, nomeadamente os dos países bálticos, ameaçaram mesmo fechar o espaço aéreo a Putin, caso este tentasse deslocar-se à Hungria. “A Europa não tem lugar para criminosos de guerra. Não há rota possível pelo nosso território para que um criminoso de guerra participe em qualquer evento”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Kęstutis Budrys, aos jornalistas.

Vladimir Putin continua sob um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra cometidos na Ucrânia. No entanto, Budapeste já garantiu que não cumprirá a ordem, depois de ter anunciado a sua saída do TPI no início deste ano — uma decisão que isenta a Hungria da obrigação de deter o presidente russo caso este entre no país.

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