O terramoto de magnitude 8,8 na escala de Richter que abalou, esta terça-feira, a região oriental da Rússia, o Japão e o Havai, entrou diretamente para o restrito grupo dos dez sismos mais potentes alguma vez registados no mundo. A informação foi confirmada pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que classificou o evento como uma das maiores manifestações sísmicas com registo instrumental na história moderna.
O epicentro localizou-se no extremo oriental do território russo, numa zona geologicamente instável pertencente ao chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma faixa de intensa actividade tectónica que se estende ao longo do oceano Pacífico, responsável por alguns dos mais devastadores terramotos e erupções vulcânicas registados.
Com uma magnitude de 8,8, o sismo russo iguala a força do terramoto de Biobío, no Chile (2010), e o de Esmeraldas, no Equador (1906), ambos responsáveis por elevados danos materiais e vítimas mortais. Estes três eventos ocupam agora conjuntamente a sexta posição no ranking mundial de sismos mais fortes já medidos com instrumentos científicos, segundo dados do USGS.
Para se ter uma noção da dimensão deste fenómeno, basta recordar que o sismo mais forte de sempre ocorreu em 1960 no Chile, atingindo os 9,5 graus na escala de Richter. Esse desastre causou a morte de 1.655 pessoas e deixou mais de dois milhões de desalojados. Em segundo lugar, figura o terramoto de 1964 no Alasca, com 9,2 de magnitude, provocando 130 mortes e cerca de 23 mil milhões de dólares em prejuízos da época.
A lista inclui ainda o devastador sismo de Sumatra (2004), de magnitude 9,1, que gerou um tsunami mortal, responsável por cerca de 280 mil vítimas entre o sul da Ásia e a costa oriental africana. Seguem-se o terramoto de Tohoku, no Japão (2011), com 9,1, e o de Kamchatka, também na Rússia (1952), que atingiu os 9,0 pontos.
As autoridades emitiram alertas de tsunami para várias regiões do Pacífico, incluindo os Estados Unidos e o Japão, países que ativaram protocolos de emergência e monitorização costeira. Imagens aéreas e vídeos divulgados nas redes sociais e por agências de imprensa mostraram ondas invulgares a chegar a zonas costeiras, embora até ao momento não tenham sido reportadas vítimas ou destruição significativa.
Este tipo de fenómeno ocorre quando há uma libertação abrupta de energia entre placas tectónicas, provocando uma vibração súbita do solo que se propaga por milhares de quilómetros sob forma de ondas sísmicas. Quando o epicentro se localiza no oceano ou próximo da costa, como é o caso, o risco de tsunami torna-se elevado.
O leste da Rússia está localizado numa das áreas de maior instabilidade geológica do planeta. O Anel de Fogo do Pacífico, que inclui países como Japão, Indonésia, Filipinas, Chile e Alasca, é responsável por cerca de 90% dos terramotos a nível mundial. O sismo agora registado reforça a necessidade de constante vigilância e preparação nas zonas de alto risco.













