‘Apertar o cinto’ nas férias? Metade dos portugueses vai gastar tanto este ano como em 2024

Apesar de um cenário económico desafiante, quase metade dos portugueses espera gastar este verão o mesmo que gastou no ano passado.

Pedro Gonçalves
Julho 28, 2025
11:23

Apesar de um cenário económico desafiante, quase metade dos portugueses espera gastar este verão o mesmo que gastou no ano passado. A conclusão é do mais recente barómetro da Intercampus para o Correio da Manhã, CMTV e Jornal de Negócios, que revela uma tendência de estabilidade no comportamento de consumo das famílias portuguesas no período de férias.

Segundo os dados recolhidos, 49,4% dos inquiridos afirmam que vão manter o mesmo nível de despesa nas férias de verão de 2025, uma percentagem que acompanha os 58,3% que consideram que a sua vida está, no essencial, igual à do ano passado. A aparente estagnação do contexto pessoal e financeiro reflete-se também nas intenções de consumo durante o período estival.

Ainda assim, o barómetro mostra que são mais os portugueses que admitem cortar nas despesas (27,4%) do que os que planeiam gastar mais (18,6%). Embora a diferença exista, ela não é suficientemente expressiva para indicar uma mudança drástica de comportamento, o que reforça a ideia de que a maioria está a manter uma estratégia de contenção cautelosa, mas sem grandes alterações face ao ano anterior.

Quanto aos destinos de férias, quase 60% dos portugueses tencionam passar pelo menos alguns dias fora de casa. Contudo, apenas cerca de 20% da amostra total afirmou ter planos para sair do país, o que indica que a grande maioria dos que vão de férias opta por permanecer dentro do território nacional. Entre os que viajam, apenas um terço considera incluir o estrangeiro no seu itinerário.

Esta preferência por destinos nacionais confirma uma tendência observada nos últimos anos, ainda que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2024 mostrem que as viagens internacionais têm vindo a crescer entre os residentes em Portugal. No ano passado, registaram-se 3,4 milhões de deslocações ao estrangeiro, um aumento de 6,2% em relação a 2023.

O mesmo relatório do INE revela também um aumento significativo no gasto médio por viagem ao exterior, que subiu 14,6% para os 843,8 euros por pessoa. Este crescimento indica que, embora menos pessoas viajem para fora, as que o fazem tendem a gastar mais — um sinal de que a procura por qualidade ou conforto durante as férias continua a ser um fator relevante para determinados segmentos da população.

O conjunto de dados evidencia um país dividido entre estabilidade financeira e cautela, com um verão que, para a maioria, será semelhante ao anterior. A contenção continua presente, mas não se traduz, para já, num abandono generalizado das férias — apenas numa gestão mais prudente das escolhas e dos destinos.

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