Alemanha e França aceleram desenvolvimento do MGCS, o tanque europeu do futuro

Ministros da Defesa alemão e francês, Boris Pistorius e Sébastien Lecornu, estiveram esta semana em visita oficial à fábrica da Rheinmetall em Unterluss (Alemanha)

Francisco Laranjeira
Julho 25, 2025
13:12

Os ministros da Defesa alemão e francês, Boris Pistorius e Sébastien Lecornu, estiveram esta semana em visita oficial à fábrica da Rheinmetall em Unterluss (Alemanha), onde estão a melhorar o projeto do tanque franco-alemão MGCS, sigla para “Main Ground Combat System” (Sistema Principal de Combate Terrestre) e que substituirá o Leopard 2.

O novo veículo de combate está a ser planeado para apresentar um sistema modular com um casco de veículo idêntico, um canhão principal mais potente, uma torre não tripulada e modernos sistemas de proteção antidrone.

Lecornu mostrou-se particularmente interessado em novas tecnologias no local, como a conectividade e a condução autónoma. Para além dos veículos blindados, o sistema de combate terrestre em rede está atualmente focado na expansão da produção de munições.

Nos próximos meses, será desenvolvido um conceito de produção com os parceiros de projeto Thales e KNDS, e a fábrica da Volkswagen em Osnabrück será utilizada para expandir a capacidade de produção. Durante a visita, o CEO da Rheinmetall, Armin Papperger, defendeu uma maior rapidez no projeto MGCS. “Queremos ser mais rápidos juntos no Sistema Principal de Combate Terrestre. É isso que os políticos querem, mas também a indústria”, disse.

Pistorius e Lecornu têm outros projetos na agenda que não discutiram publicamente. Um deles é a aeronave militar FCAS, um projeto que envolve a Alemanha, França e Espanha. Tanto o chanceler alemão, Friedrich Merz, como o presidente francês, Emmanuel Macron, pediram-lhes que trabalhassem numa “perspetiva realista” que deverá estar pronta até ao final de agosto, de acordo com o porta-voz do Governo alemão.

A principal dificuldade surge do interesse da empresa francesa Dassault em assumir até 80% do projeto, apesar de a Alemanha, Espanha e França terem declarado inicialmente estar igualmente envolvidas, cada uma com 33%. “A expectativa da Alemanha é que a Dassault respeite os acordos existentes”, garantiram fontes diplomáticas alemãs. Esta e outras questões, como a extensão do âmbito nuclear francês, serão discutidas no final de agosto pelo Conselho Conjunto de Segurança e Defesa, com o qual os dois países esperam relançar a aliança franco-alemã.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.