A análise de Vasco Antunes Pereira, CEO do Grupo Lusíadas Saúde
Os resultados do 42.º Barómetro revelam um otimismo moderado por parte do tecido empresarial português. Se, por um lado, 65% dos gestores antecipam um aumento do investimento em 2025, por outro, 57% apontam para um crescimento dos custos operacionais até 5%. Neste contexto, os riscos identificados – queda das exportações, escassez de mão-de-obra e aumento dos custos – não devem ser subestimados.
No setor da saúde, a escassez de profissionais perfila-se como um dos desafios mais críticos da próxima década. Para além de um compromisso coletivo com a valorização das carreiras, é essencial reforçar a formação e implementar políticas eficazes de atração e retenção de talento em Portugal. A saúde é, aliás, destacada pelos gestores inquiridos como uma das três áreas que deve assumir prioridade na agenda do Governo. Esta perceção reflete não apenas o reconhecimento da importância do setor, mas também a sua ligação direta ao crescimento económico e à produtividade nacional.
Investir na qualidade e acessibilidade dos cuidados de saúde não é apenas um imperativo ético. É uma condição fundamental para o desenvolvimento do País e para a melhoria da qualidade de vida da população. Parte desse caminho passa, obrigatoriamente, pelo investimento privado em saúde, numa lógica de complementaridade com a oferta pública. A saúde é, hoje, uma verdadeira alavanca estratégica para o progresso da sociedade e da economia.
Testemunho publicado na edição de Junho (nº. 231) da Executive Digest, no âmbito da XLII edição do seu Barómetro.













