Fundos europeus financiaram seis projetos de 25,5 milhões de euros da Lipor nos últimos anos
A Lipor investiu cerca de 25,5 milhões de euros em equipamentos e infraestruturas nos últimos anos, dos quais mais de 20 financiados por fundos europeus, disse hoje um administrador da empresa de gestão de resíduos do Grande Porto.
“O que nós investimos foram cerca de 25,5 milhões de euros em equipamentos e infraestruturas. O financiamento que nós tivemos dos fundos comunitários ultrapassou os 20 milhões de euros, e aquilo que foi o contributo da própria Lipor foram cerca de cinco milhões para montar todo este projeto”, disse Fernando Leite hoje na Alfândega do Porto, na Mostra dos Fundos Europeus, que decorre até quinta-feira.
Em causa estão “seis novas infraestruturas e equipamentos”, entre as quais “uma triagem automática de embalagens” e “uma fábrica para separação de resíduos verdes provenientes de cemitérios”.
“Pode parecer algo de um pouco complexo de entender o que vamos buscar aos cemitérios, mas há, no Norte, uma grande prática do culto dos defuntos, e portanto há muita flor e muitos ramos que são recuperados ao nível dos 105 cemitérios da região”, referiu o responsável da Lipor.
Segundo Fernando Leite, esse material é aproveitado “para transformar num composto para agricultura”.
Foi também construído “um novo parque verde de compostagem” na Póvoa de Varzim, “uma unidade moderníssima de microdigestão de biorresíduos” e “uma experiência europeia que replica os exemplos que a França está a desenvolver neste domínio”.
Há ainda uma “unidade de granulação de compostos que é um equipamento único no país e ao nível destas instalações”.
Segundo o responsável da Lipor, o impacto do investimento dos fundos europeus espelha-se no cumprimento de metas ambientais definidas ao nível da União Europeia.
“Os três principais objetivos que a Comissão Europeia definiu, e Portugal também definiu para serem atingidos em 2020, a Lipor atingiu-os a todos”, garantiu Fernando Leite.
Em causa está a colocação de lixo em aterro, cuja meta de 10% será obrigatória em 2035 e que, na Lipor, está nos 2%.
“Atingimos também cerca de 36% de resíduos para reutilização e reciclagem, quando em 2025 [a meta] seria de 35%. Estamos muito à frente também nesta meta”, disse Fernando Leite.
A última meta referida, relativa à capitação de resíduos e recolha seletiva porta a porta, cujos números, que remontam a 2020, correspondem a 58 quilos anuais por habitante.
“Neste momento, estaremos muito próximos dos 70 quilos e a meta em 2020 era de apenas 54 quilos”, concluiu Fernando Leite.
Os municípios que fazem parte da Lipor são o Porto, Maia, Matosinhos, Gondomar, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Espinho e Valongo.