8 em cada 10 seguradoras já trabalham com Inteligência Artificial

A inteligência artificial (IA) continua a transformar o setor segurador na Europa, com um impacto crescente que varia de região para região. Um recente relatório da Minsait, desenvolvido em colaboração com o ICEA e com a participação de 57 empresas do setor, revela que a maioria das seguradoras já está a implementar ou a desenvolver projetos de IA.

O estudo, denominado “IX Inteligência Artificial e Termómetro de Dados no Setor Segurador Espanhol”, revela que 68% das seguradoras têm um departamento específico para a implementação de IA, destacando-se na gestão de grandes volumes de dados e no desenvolvimento de modelos de precificação e subscrição mais eficazes.

Apesar de todos os avanços, a pesquisa também aponta as dificuldades enfrentadas pelas seguradoras em atrair talentos especializados em IA, como arquitetos de infraestrutura e engenheiros de machine learning.

O mercado segurador português, como explica Sara Atalaya, Head of Insurance da Minsait, em Portugal (Grupo Indra), “está já a arrancar com projetos de integração da IA generativa nos seus modelos de negócio, como por exemplo, na gestão de sinistros automóveis/domésticos, possibilitando o processamento e avaliação de sinistros através de imagens, no apoio ao segurado, com esclarecimento de dúvidas e gestão de serviços de reparação de forma totalmente autónoma”.

Outras vantagens da IA referidas pela especialista incluem também: “Processos de subscrição mais eficientes e automatizados, o que permite realizar avaliações de risco mais precisas, na identificação de padrões e tendências emergentes nos dados, melhorando a deteção de riscos, fraude e proporcionando uma vantagem competitiva às empresas que os adotam, entre outros casos de uso.”

Atualmente, o foco das empresas nacionais está na “reflexão sobre as capacidades internas e na elaboração de planos que permitam avançar com segurança na integração desta tecnologia nos diferentes projetos de transformação, garantindo o real benefício e sustentabilidade do investimento”, concluí Sara Atalaya.

Com a crescente adoção da IA, surge também a necessidade de adaptação às novas exigências regulamentares. Embora a regulação não seja vista como o maior desafio pelas seguradoras, o estudo mostra que a maioria já está a implementar medidas para alinhar-se com os novos requisitos, incluindo a revisão de processos de desenvolvimento e a atualização das políticas de gestão de dados. A entrada em vigor do AI Act traz um novo conjunto de desafios, desde a auditoria dos sistemas de IA até a criação de inventários e itinerários para cumprir as normas de segurança e transparência.

Os projetos de IA estão a concentrar-se cada vez mais na melhoria da experiência do cliente, com o objetivo de aumentar a fidelização e reduzir os riscos de fuga e fraude. A utilização de vídeo avaliações no setor automóvel tem crescido significativamente, tornando-se uma ferramenta essencial para a eficiência operacional. Além disso, as seguradoras têm incorporado dados semiestruturados e não estruturados em seus modelos de IA, com um aumento da monitorização automatizada de processos.

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