XXXVIII BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: Luís Lopes, Vodafone Portugal
A análise de Luís Lopes, CEO da Vodafone Portugal
Do barómetro deste mês da Executive Digest salientaria, em específico, o retrato devolvido por quatro questões colocadas aos empresários sobre competitividade nacional e europeia e sobre o peso da regulação e do Estado na sua actividade. Começando por estes últimos pontos, as respostas são sintomáticas da necessidade urgente que as entidades públicas e aquelas que “policiam” o mercado têm de se transformar. Não é saudável que 60% dos inquiridos considere o nível de regulação excessivo ou desadequado; tal como é revelador que metade dos entrevistados veja como prioridade mais premente para o País a melhoria da eficiência da Administração Pública. Assinalo contudo como positivo que um terço deles priorize a inovação tecnológica e a digitalização – aliás, uma das ferramentas mais poderosas de que o Estado e os Reguladores se podem munir para fazer a pedida transformação. Por outro lado, vejo como muito oportuna a questão colocada sobre o plano Draghi, que entre outras matérias advoga um incentivo à consolidação de sectores fundamentais para o futuro da competitividade da Europa, como o das telecomunicações. Contudo, quase dois terços dos empresários portugueses estão pouco ou nada optimistas em relação à execução destas linhas estratégicas, o que demonstra a necessidade de recuperar a sua confiança em relação a uma estratégia transversal que evite que a Europa não fique na “cauda do mundo”. Finalmente, constato com agrado que se vai sedimentando no tecido empresarial que o investimento em tecnologia e automatização e a melhoria dos custos e eficiência operacional (que estão interligados) são as principais ferramentas ao seu alcance para melhorar a sua posição no mercado. São bons sinais que nos devem animar.
Testemunho publicado na edição de Outubro (nº. 223) da Executive Digest, no âmbito da XXXVIII edição do seu Barómetro.