Marcelo reafirma que Costa é o preferido da UE para presidente ao Conselho Europeu: “Disseram-me que é uma figura realmente incontestada”

Marcelo Rebelo de Sousa voltou a sublinhar esta quinta-feira que António Costa é o nome preferido na União Europeia (UE) para presidente do Conselho Europeu. No entanto, o Presidente da República não quis alargar-se sobre o potencial ‘obstáculo’ que as suspeitas judiciais que recaem sobre Costa podem representar no seu caminho europeu.

Em declarações à margem de uma conferência sobre o «Estado da União» Europeia realizada no Instituto Universitário Europeu de Florença, Itália, Marcelo Rebelo de Sousa, ao ser questionado sobre se a falta de desenvolvimentos na investigação denominada operação Influencer, que conduziu em 07 de novembro do ano passado à demissão do antigo primeiro-ministro, pode prejudicar a possibilidade de António Costa assumir um alto cargo europeu, reiterou que tal seria bom para a Europa e para Portugal, mas escusou-se a falar do processo judicial.

“Eu o máximo que posso dizer sobre isso, sem estar a comentar a justiça em Portugal, é que continuo a pensar, cada vez que falo com responsáveis europeus, que o nome do antigo primeiro-ministro António Costa é um nome consensual nas várias famílias europeias, nas mais variadas famílias políticas europeias”, começou por dizer, acrescentando que “era assim há seis ou há sete meses, e continua assim hoje”.

“E, portanto, significa que eu considero que a possibilidade de ele vir a ser presidente do Conselho Europeu é boa para a Europa e também é boa para Portugal. Mais do que isso não posso dizer, pois seria entrar como é evidente, na formulação de juízos sobre a justiça”, disse.

Questionado sobre o que pensavam os líderes e responsáveis europeus sobre as suspeitas que recaem sobre Costa, no âmbito das investigações decorrentes de Operação Influencer, Marcelo esquivou-se.

“Esse ponto não me disseram. Disseram-me apenas que era uma figura realmente incontestadas, porque realmente se movia muito à vontade e tem uma capacidade de negociação muito rara, em termos europeias. E isso é um facto”, terminou o Presidente da República.

António Costa demitiu-se do cargo de primeiro-ministro em novembro de 2023, após ter sido divulgado que era alvo de um inquérito instaurado no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça após ter siso extraída uma certidão do processo-crime Operação Influencer.

O caso está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.

Apesar da demissão, António Costa continua a ser apontado como uma forte possibilidade para a presidência do Conselho Europeu, no quadro das nomeações para os altos cargos institucionais na União Europeia (UE) para a próxima legislatura que terão lugar após as eleições europeias de junho.

*Com Lusa

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