Nos céus movimentados do mundo, a segurança aérea continua sendo uma prioridade indiscutível. No entanto, uma série de incidentes recentes com aeronaves comerciais trouxe à tona questões preocupantes sobre a integridade das mesmas e os desafios enfrentados pela indústria da aviação.
O incidente que chamou a atenção ocorreu em janeiro deste ano, quando um painel de uma porta de emergência se desprendeu de um avião da Alaska Airlines enquanto voava a quase cinco mil metros de altitude. Embora os pilotos tenham conseguido aterrar a aeronave em segurança, o incidente gerou uma onda de preocupações sobre a segurança estrutural das aeronaves, especialmente aquelas fabricadas pela Boeing.
Este incidente, no entanto, não foi um caso isolado. Nos últimos 15 meses, uma série de eventos semelhantes chamaram a atenção de reguladores e especialistas em segurança aérea. Além do incidente da Alaska Airlines, outros casos preocupantes surgiram. Em março, um pneu caiu de um Boeing 777 da United Airlines enquanto a aeronave partia de São Francisco. Embora a situação tenha sido controlada, destacou-se a importância da manutenção adequada das aeronaves.
Também em março, foi descoberto um bocado de alumínio em falta num Boeing 737 da United que aterrou no estado de Oregon. Embora a aeronave tivesse 26 anos de idade, a questão levantou preocupações sobre a qualidade de fabrico e manutenção.
Outro incidente incidente ainda mais grave ocorreu quando um Boeing 787 da LATAM, que voava da Austrália para a Nova Zelândia, entrou em queda livre antes recuperar a altitude. Investigações sugeriram que uma comissária de bordo havia acionado acidentalmente um interruptor, desencadeando o incidente.
Mas será que está mais perigoso andar de avião?
O Conselho Nacional de Segurança estima que os cidadãos norte-americanos têm uma hipótese de um em 93 de morrer num acidente de carro, enquanto as mortes em aviões são tão raras que não é possível calcular a probabilidade.
“Este é o meio de transporte mais seguro já criado”, sublinha ao portal Fast Company o analista e consultor aeroespacial Richard Aboulafia.
Os problemas registados podem ser facilmente atribuídos aos fabricantes, mas uma máxima da aviação diz que a falha de uma única peça não é suficiente para que um avião caia.
As autoridades da indústria norte-americana sublinham que os casos mais graves são os que envolvem problemas com os controlos da aeronave, motores ou integridade estrutural. Tudo o resto é visto como menos problemático.
“Nós levamos todos os eventos a sério”, afirma o ex-membro do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA John Goglia, acrescentando: “O desafio que temos na aviação é tentar mantê-la assim.”














