Legislativas: Chega tem listas de donativos incompletas e com maiores doadores em falta
O Chega entregou este fim de semana as lista de doadores do Partido, mas o documento não inclui vários donativos ao partido feitos em 2020 e 2021.
De acordo com o documento cedido aos jornalistas, e citado pela TVI, não consta a origem de cerca de 40 mil euros, vindos de grandes empresários, numa altura em que o Chega tinha André Ventura como deputado único e valor reduzido de subvenção política.
Comparando este documento com os valores totais dos donativos comunicados pelo partido, no final de cada ano à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), verificam-se discrepâncias: Em 2020 faltam 8 mil euros, em 2021 não constavam 64 mil euros e em 2020 o valor de donativos em falta chegava aos 55 mil euros.
Do valor em falta em 2020, a maioria dos donativos vem de sete pessoas. A lista indica um donativo ‘recorde’ de 3 mil euros, outro de mil euros e depois cerca de 300 pequenos donativos, mas o documento entregue na ECFP dá conta de apoios financeiros maiores.
Segundo o mesmo canal, o donativo mais elevado, de 10 mil euros, partiu de César do Paço, milionário luso-americano que vive nos EUA, e que há poucos meses viu as suas empresas alvo de buscas da Polícia Judiciária (PJ).
Há ainda registos de donativos, de 5 mil euros, de Ortigão Costa, empresário do setor alimentar, Posser de Andrade, administrador de uma imobiliária de luxo, de Paulo Duarte, que detém uma das maiores empresas de transportes do País, ou de Humberto Pedrosa, líder do grupo Barraqueiro que chegou a ser acionista e administrados da TAP.
Confrontado com as discrepâncias, o secretário-geral do Chega, Rui Paulo Sousa, admite que as listas estão incompletas, mas justifica-se com questões técnicas que não permitiram que houvesse tempo para concentrar todos os dados.
O responsável recusa que o partido queira esconder os donativos e doadores, garantindo que os dados que estão em falta na lista facultada aos jornalistas constam da informação entregue na ECFP. O partido assegura que deu informação aos seus contabilistas para, a partir de agora, serem sempre enviadas à ECFP as listas completas de donativos.