Abrandar da inflação e travão nas subidas das taxas de juro fazem “disparar os mercados acionista e obrigacionista em todo o mundo”, explica Diretor-Geral da Ebury

Depois de um ciclo constante de subidas, quer dos números da inflação, quer das taxas de juro de referência por parte dos bancos centrais, os mercados estão agora mais otimistas com uma regularização das expetativas.

David Brito, Diretor-Geral da Ebury, sublinhou à Executive Digest a surpresa positiva do relatório de inflação de outubro nos EUA. “A inflação voltou a abrandar e os mercados financeiros celebraram o provável fim da subida das taxas, fazendo disparar os mercados acionista e obrigacionista em todo o mundo”.

Para além disso, destaca ainda a consequente queda nos rendimentos dos Títulos do Tesouro Americano e a compra de ativos de risco abalaram o dólar, que desvalorizou acentuadamente em relação a todas as principais moedas mundiais.

“Agora que as tendências desinflacionistas parecem estar firmemente estabelecidas em todo o mundo, o foco deve mudar para a economia”, referiu David Brito.

Para esta semana, os mercados esperam os dados dos índices PMI da atividade empresarial para novembro, publicados na quinta-feira para Zona Euro e para o Reino Unido na sexta-feira.

A Ebury sublinha ainda que a produção industrial de setembro foi bastante desanimadora, com uma queda de quase 7% em relação ao ano anterior, numa base ajustada aos dias de trabalho. “Até agora, os números concretos estão a confirmar o pessimismo que vem dos números do PMI, e é provável que a economia da zona euro esteja a contrair-se novamente”.

Neste cenário, tal como no caso da libra esterlina, pode ser difícil para o euro subir ainda mais na ausência de alguma melhoria clara nos números do PMI de novembro.