Habitação: “Famílias devem assumir cenário de juros altos por um longo período”, diz Diretor-Geral do idealista

Numa altura em que Portugal atravessa uma grave crise de habitação, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu fazer uma pausa nas subidas das taxas de juro. No entanto, Juan Villén, Diretor-Geral do idealista/créditohabitação para Espanha, Itália e Portugal, aconselha “cautela”.

O especialista internacional explica que um ambiente de taxas de juros mais altas dificulta o acesso a habitação própria, pois expulsa do mercado as famílias com menor poder de compra, e que as taxas elevadas têm um impacto direto na rentabilidade dos novos empreendimentos, o que, juntamente com o aumento dos custos de materiais e mão de obra, está a abrandar a atividade na construção de nova habitação.

Apesar da meta de inflação de 2% traçada pelo BCE, Juan Villén, recomenda às famílias que tenham “cautela” e que “façam as suas contas assumindo um cenário de taxas de juro altas por um longo período”.

No entanto, a questão impõe-se: Vai começar a sentir-se um alívio no mercado de crédito habitação? O Diretor-Geral do idealista/créditohabitação alerta que “vencer a inflação é uma tarefa difícil” e, tendo em conta “as incertezas geopolíticas e a proximidade do inverno, e o seu possível impacto nos preços da energia, deveríamos ter cautela na hora de considerar o fim da escalada das taxas de juro diretoras”. Para tentar antecipar o futuro da política monetária do BCE, há que “olhar para as variáveis externas mais de perto, nomeadamente a evolução das guerras [na Ucrânia e no Médio Oriente], das cadeias de abastecimento, do crescimento económico ou da inflação”.

Juan Villén recomenda “cautela aos consumidores, que façam as suas contas assumindo um cenário de taxas de juro altas por um longo período. E até que façam um planeamento das suas finanças familiares com taxas um pouco mais elevadas, para que estejam prevenidos”.

O especialista alerta ainda que é “fundamental que as famílias façam uma análise da sua situação atual”, e que procurem alternativas que lhes permitem poupar dinheiro no crédito habitação atual ou até ver as alternativas para mudar um empréstimo a taxa variável para um crédito a taxa mista ou fixa, que os proteja de um cenário de juros mais elevados.