Ensaio. Audi Q2 3.0 TSI: um B-SUV que surpreende
Confesso que quando levantei o Audi Q2 não tinha lido nada sobre o mesmo na ficha de produto da marca. Era por isso toda uma incógnita o ensaio!
Quando o levantei olhei para este B-SUV e gostei. Anteriormente tinha andado com o Q8 e, este, com todas as condicionantes próprias, parece uma versão reduzida desse mesmo modelo. A frente mantém a identidade da Audi com uma grelha proeminente, ladeada pelos típicos faróis de assinatura luminosa horizontal. Na lateral a marca mantém o conceito, com um maior volume de chapa do que de vidro, o que confere ao modelo um aspeto robusto que depois termina numa traseira com uma assinatura luminosa muito idêntica aos primeiros A3 (em formato retangular).
Por uma coincidência enorme, nesse mesmo momento do levantamento, recebo um telefonema de um familiar que me pede se lhe podia dar uma boleia pois tinha ido fazer um estágio e traziam as malas. Na minha ingenuidade pensei em malas de cabina de avião. Erradamente, só três delas eram assim. As restantes duas eram enormes. Desmontada que foi a chapeleira e rebaixado o tampo da bagageira para o nível inferior e, impressionantemente, as cinco malas couberam na perfeição. E ainda acomodei dois pequenos sacos.
No trajeto que fiz para ajudar esta juventude apercebi-me que o espaço interior é bom para cinco passageiros (afinal não veio só ele na viagem mas os amigos que estagiaram com ele).
Com a ocupação plena do Q2 permitiu-me descobrir que a habitabilidade é boa e também que o meu posto de condução possui bancos muito confortáveis, ergonómicos e envolventes mas também que, mesmo neste B-SUV a qualidade de construção do Audi mantém-se intacta, bem como dos materiais moles disponíveis no tablier e nas portas laterais. Também apreciei as saídas de ar circulares, uma característica deste modelo com belo efeito visual mas sobretudo uma grande eficácia.
Mas este modelo, pensei eu, só tem 110 cavalos e está carregado. Como será o comportamento dele?
A primeira nota foi para a caixa de velocidades. É um prazer poder usar esta caixa manual de 6 velocidades pela agradabilidade de engrenagem da mesma e que está configurada para nos dar a melhor solução no painel de instrumentos de qual a mudança a engrenar. Por falar em painel de instrumentos, como sempre, a legibilidade é ótima num painel totalmente digital e com várias opções de configuração.
Afinal os 110 cavalos chegam e sobram, mesmo com cinco ocupantes e bagageira completa. o que demonstra que o mapa do motor está corretamente desenhado, com uma caixa de velocidades que ajuda a premiar um chassis muito competente e sobretudo uma ‘taragem’ (ou seja, afinação) de suspensões que permite que este modelo seja confortável e com um comportamento dinâmico, principalmente em curva, dos melhores que já conduzi neste segmento.
Acabo como comecei este artigo. Comecei com uma folha em branco ao não ler a ficha de produto mas que foi muito mais produtivo pois, por uma coincidência, permitiu-me experienciar e vivenciar na prática aquilo que o utilizador comum pretende – de que modo o meu carro se comporta em ambiente real. É confortável? Tem espaço? Como é o comportamento? Como é que são consumos? (Já agora foram de 6,7). Como são os bancos? Sinto-me em casa neste automóvel?
A Audi tem neste SUV uma bela demonstração na construção de bons automóveis com qualidade.
P.S. – o meu familiar e os seus amigos completaram a boleia e a cada um fiz a mesma pergunta: como acharam este automóvel? E a resposta podia parecer óbvia pois desenrasquei-os, mas cada um deu a sua opinião como passageiro ou ocupante do banco traseiro e a resposta foi simples: gostaram imenso!
Preço 33.000€