PRIO: Pioneira na mobilidade eléctrica
A PRIO procura ajudar os seus clientes, fornecendo-lhes energia de qualidade ao melhor preço.
A transição energética deixou de ser apenas um tópico de conversa para passar a ser uma realidade cada vez mais palpável do nosso dia-a-dia. Em entrevista à Executive Digest, Carlos Ferraz, director de Mobilidade Eléctrica da PRIO, explica os principais desafios e oportunidades da empresa neste novo paradigma energético.
O paradigma da mobilidade urbana está a mudar de forma acelerada e a impor ao mercado novas exigências por parte dos consumidores. Como é que a PRIO olha para este novo paradigma?
Em primeiro lugar, importa destacar que esta é uma mudança muito bem-vinda. É reflexo de consumidores mais informados e atentos à importância da sustentabilidade. As questões ambientais são uma responsabilidade de todos e todas as empresas devem ter uma agenda climática, em particular quando intervêm na área da mobilidade, absolutamente fulcral para a transição energética. Na PRIO temos trabalhado continuamente na inovação e melhoria dos nossos processos de produção, aliando qualidade à economia circular, e continuamos empenhados em mostrar que é possível dar aos nossos clientes produtos competitivos e ao mesmo tempo premium e mais ecológicos. É por essa razão que olhamos para consumidores mais atentos e exigentes, não como um desafio adicional, mas como parceiros na nossa visão e estratégia de futuro.
Quais as principais soluções de mobilidade que os utilizadores podem utilizar? O Cartão PRIO Electric?
Na PRIO procuramos ajudar os nossos clientes, fornecendo-lhes energia de qualidade ao melhor preço. A PRIO sempre assumiu que a transição energética teria obrigatoriamente de passar por várias soluções e a nossa estratégia é reflexo disso.
O Cartão PRIO Electric – sem custos de adesão nem anuidades – alia simplicidade a conveniência, garantindo carregamento elétrico numa vasta rede nacional, integrada na rede MOBI.E. Mas não ficamos por aqui.
Como maior produtora de biocombustíveis sustentáveis em Portugal e uma das maiores produtoras de biodiesel a partir de matérias-primas residuais na Europa, continuamos apostados em melhorar a nossa oferta sustentável. Neste momento estamos em fase de lançamento de um novo produto – o ECO Diesel, um combustível premium com maior incorporação de energia renovável, melhor performance, menor consumo e menos emissões poluentes.
Desde 2015 que fizemos uma aposta significativa – e, devo dizer, muito bem-sucedida – no cartão frota PRIO. É um segmento do negócio onde continuamos a crescer e que tem sido reforçado na nossa aposta no segmento das PME. Mas devo acrescentar que a PRIO olha para mobilidade de forma integrada e multifacetada.
Tendo como missão contribuir para um mundo mais ecológico e sustentável, temos também uma loja online, com produtos que promovem a chamada mobilidade suave, como trotinetes elétricas e bicicletas elétricas, por exemplo. Naturalmente que é um segmento de menor dimensão no seio do nosso negócio, mas faz parte da nossa missão procurar soluções convenientes que ajudem os nossos clientes a reduzir, de diversas formas, a sua pegada ecológica.
A PRIO coloca à sua disposição uma vasta rede de postos carregamento de veículos eléctricos no país. Em que se traduz actualmente esta oferta?
Enquanto energética, a PRIO foi pioneira na mobilidade eléctrica em Portugal e continuamos ano após ano a reforçar a nossa aposta nesta rede, reflectindo também a tal mudança de paradigma no sector da mobilidade que falávamos anteriormente. Neste momento temos mais de 160 pontos de carregamento onde os condutores de veículos eléctricos podem recarregar as suas viaturas e naturalmente que a nossa expectativa é continuar a aumentar e variar a oferta, acompanhando também a evolução do mercado automóvel no país.
Na vossa opinião, quais são os grandes desafios da mobilidade urbana em Portugal?
Portugal tem dado passos muito positivos ao longo da última década e meia. A transição energética deixou de ser apenas um tópico de conversa para passar a ser uma realidade cada vez mais palpável do nosso dia-a-dia. Isso reflecte a positiva resposta a um dos principais desafios das cidades do futuro: o envolvimento dos mais diversos intervenientes. Esta é uma preocupação cada vez mais comum e isso é decisivo. Ainda assim, a nível europeu, Portugal despertou um pouco mais tarde para esta realidade. Ainda temos muito por onde progredir colectivamente – e é essencial ter uma visão integrada do fenómeno. Algumas cidades ainda revelam ter infraestruturas de transporte urbano abaixo das necessidades impostas pelo crescimento populacional – ou mesmo uma integração ainda insuficiente. E uma eficaz integração entre diferentes modos de transporte – públicos, privados, de mobilidade suave – é essencial para responder à urgência de uma mobilidade cada vez mais descarbonizada.
Para tal, também é preciso continuar a promover políticas que incentivem as empresas e a sociedade a usarem cada vez mais energias amigas do ambiente. O poder político, local e central deve dar o exemplo, apostando em novas formas de energias. Um sector da energia em efervescência, dinâmico, será contributo fulcral para o futuro da mobilidade.
Consideram que as cidades portuguesas, mesmo as mais pequenas, estão cada vez mais consciencializadas da necessidade de implementar medidas que permitam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, tanto a nível de mobilidade como a nível do planeamento estratégico do município?
Sem dúvida – e essa será cada vez mais a tendência do futuro. É natural que para os decisores por vezes se note um foco maior no curto prazo, em particular quando falamos de questões económicas e sociais mais imediatas. Mas as novas gerações estão cada vez mais atentas aos temas da sustentabilidade e isso é algo que veio para ficar e que se irá reflectir nas prioridades dos decisores. Agora falta trabalhar na fase seguinte: a mobilidade, as cidades do futuro em geral, são temas que exigem uma visão sistémica, um esforço colectivo de médio-longo prazo e acima de tudo, mais do que palavras, acções concretas. É importante também perceber que não há uma receita absoluta que funcione para todos. Temos de olhar para as infraestruturas disponíveis, os recursos, as matérias-primas que podemos transformar e fazer uma aposta clara na economia circular. É esta acção combinada em duas escalas – macro e a nível mais local – que irá permitir o desenvolvimento de cada cidade.
Relativamente às Smart Cities, como é que a PRIO pretende tornar as cidades inteligentes uma realidade?
O rápido desenvolvimento das cidades obriga a um maior investimento nas infraestruturas, trazendo desafios cada vez maiores para encontrar soluções que tornem os grandes aglomerados urbanos mais sustentáveis. A PRIO está bem consciente do papel activo que quer ter enquanto promotora de uma abordagem abrangente e sustentável.
Continuamos a expandir a rede de postos de carregamento eléctrico, disponibilizando pontos de carregamento rápidos e eficientes em várias cidades, um factor essencial para incentivar o uso de veículos eléctricos.
Somos também promotores do uso de energias renováveis, e o nosso centro de produção em Aveiro é um exemplo do que já fazemos em matéria de circularidade. Ao mesmo tempo, continuamos a apostar e a desenvolver produtos promotores de uma energia mais verde –a energia de fontes 100% renováveis para a mobilidade eléctrica e o ECO Diesel são exemplos claros –, além de continuarmos a trabalhar em parcerias estratégicas com entidades públicas e privadas com o intuito de trabalharmos soluções integradas que promovem um uso mais racional e sustentável dos recursos. Como é que a PRIO pretende olhar para os temas da inovação, da transformação e dos novos negócios? A aposta na inovação é parte integral do ADN da PRIO. Somos uma energética que continua a desenvolver soluções cada vez mais convenientes e tecnologicamente avançadas, prestando sempre apoio e informação relevante aos nossos clientes. Isto é algo que aplicamos em toda a cadeia de valor, a começar pelo trabalho que temos desenvolvido no centro de produção, à qualidade do produto que entregamos ao cliente. Produzimos biocombustíveis avançados a partir de resíduos, mais sustentáveis, como os que são provenientes do tratamento de óleos alimentares usados. Ao mesmo tempo, o segmento empresarial é uma grande aposta da PRIO. Temos muito orgulho em contar já com vários milhares de clientes empresarias que, diariamente, contam com a PRIO para desenvolverem os seus negócios. Para além de tudo isto, procuramos ser plataforma para novas ideias e projectos. Um exemplo claro disto é o desafio Jump Start, o programa internacional de aceleração de start-ups da PRIO. O que está a ser feito em termos de infraestruturas para suportar a transição energética dos combustíveis mais convencionais para os mais limpos? Na PRIO acreditamos que podemos acelerar a transição energética na mobilidade se aumentarmos o contributo dos biocombustíveis avançados. E é algo que temos feito a par da nossa aposta na mobilidade eléctrica. A título de exemplo, sabemos que os veículos pesados são menos electrificáveis do que os ligeiros e que é possível migrar, no imediato, para uma redução de emissões de CO2 significativa, porque existem muitos veículos aptos para receber misturas mais ricas em biocombustíveis. O ECO Diesel que chegou agora ao mercado é uma excelente concretização deste empenho na transição energética: pode ser usado em qualquer veículo a diesel e permite desde logo uma poupança de 18% em emissões de gases com efeito de estufa em comparação com outros produtos diesel. O foco da PRIO é a constante optimização da tecnologia instalada, procurando, da produção ao produto final, contribuir para a transição energética e impulsionar a economia circular. A Sustentabilidade é uma das preocupações da PRIO. O que gostariam de realçar ao nível do Ambiente e Responsabilidade Social? Para nós a sustentabilidade é indissociável do futuro da PRIO. É um princípio – um mindset, se preferirmos – que nos orienta nas diversas áreas do negócio. É a partir daqui que surgem iniciativas de variada índole e dimensão. Entre os projectos que gostaríamos de destacar está o facto de sermos o maior colector de Óleos Alimentares Usados. É algo que gostamos de destacar porque é muito simples qualquer pessoa poder colaborar, entregando resíduos num das centenas de oleões que temos na nossa rede. O nosso investimento na economia circular também tem originado projectos muito interessantes, como a nossa aposta em painéis solares para ajudar a “alimentar” o nosso centro de produção, ou o EcoBean, projeto que aproveita as borras de café para a obtenção de óleo para a produção de biodiesel e utiliza a restante parte para a produção de briquetes para churrasco e lareiras. Estamos actualmente a trabalhar com vários parceiros num projecto de investigação e desenvolvimento para o aproveitamento dos resíduos celulósicos e florestais para a produção de outro biocombustível, o bioetanol. Estamos também a olhar atentamente para as Comunidades de Energia Renovável e para a integração dos veículos eléctricos nestas redes, que potenciarão a utilização de energias de fontes limpas com produção descentralizada. A economia circular tem esta filosofia de potenciar os recursos que temos, de forma sustentável. É isso que procuramos fazer na PRIO, sempre com o futuro como “farol” da nossa ação.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Mobilidade urbana/smart cities”, publicado na edição de Julho (n.º 208) da Executive Digest.