Trump acusado de incentivar ataques a hispânicos. Crimes de ódio em máximos de 16 anos
O número de crimes de ódio contra hispânicos, nos Estados Unidos, atingiu o valor mais alto dos últimos 16 anos, mostram dados do FBI, citados pelo “The Independent”. Houve 671 vítimas hispânicas, mais 119 do que em 2017. Já os crimes de ódio contra negros representaram, em 2018, 27% do total.
No total, registaram-se 7120 crimes de ódio em 2018, menos 55 do que no ano anterior, o período mais negro. Nesse ano, houve um aumento de 17% em relação a 2016.
Desses, mais de metade (61%) envolveram agressões físicas, um aumento de 11,7% face ao ano anterior. Houve 24 homicídios, contra 15 em 2017. E quase 60% dos crimes reportados foram motivados por discriminação racial.
Uma das promessas da campanha eleitoral do Presidente dos Estados Unidos em 2016, que até aí era conhecido como o magnata do imobiliário, recorde-se, era a construção de um muro com o México para travar a imigração ilegal. Contudo, os planos têm sido constantemente adiados, pois o Congresso continua a recusar desbloquear o financiamento necessário.
«Os ataques contra muçulmanos atingiram o seu recorde em 2016 quando o terrorismo era a preocupação. Agora, a imigração é a questão número um e os latinos estão a ser os visados», disse Brian Levin, director do Centro de Estudos de Ódio e Extremismo da Universidade do Estado da Califórnia
Já a directora da UnidosUS, organização hispânica pela defesa dos direitos civis, aponta o dedo ao chefe de Estado dos Estados Unidos. «O presidente Trump refere-se frequentemente aos latinos das formas mais odiosas e intolerantes possíveis e as palavras importam», considera Janet Murguia.
Os dados do FBI revelam ainda que os crimes de ódio motivados pela religião foram responsáveis por 18,7% do total. Os judeus estão entre o maior número de vítimas (58%), seguidos pelos muçulmanos (14,5%). E quase 17% de todos os incidentes envolveram ataques contra a orientação sexual, sobretudo homens (60%).