Com a subida das taxas de juro diretoras encetada pelo Banco Central Europeu (BCE), os bancos em Portugal ganharam 9,5 vezes mais do que os europeus, segundo revela a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).
Num documento de apresentação aos investidores, consultado pelo Jornal de Negócios, é assinalado que “o setor bancário português tem beneficiado da subida das taxas de juro” e que os “bancos nacionais ganham 9,5 vezes do que os bancos europeus com a subida de juros”.
Desde julho do ano passado, há um ano, que o BCE já subiu as taxas de juro diretoras em 400 pontos base, sendo que a referência nos depósitos passou de uma taxa de o% para 3,%, verificada atualmente. Com o ritmo apertado e muito rápido a que têm subido as taxas de juro, o mais veloz desde que existe o euro, os bancos têm conseguido aumentar a sua rentabilidade através da margem financeira resultante da diferença entre os juros recebidos e os pagos.
Nesse sentido, os bancos portugueses beneficiam mais do que os seus congéneres europeus já que o aumento dos juros no crédito, especialmente para efeitos de habitação, também se deve ao facto da maioria dos empréstimos em Portugal serem concedidos a taxa variável e as prestações cariarem conforme as Euribor.
Também são os bancos a ter de decidir de querem reforçar a remuneração da poupança, para refletir a mudança nas taxas de juro do BCE, mas a demora a fazer leva a um aumento da margem financeira.
A IGCP cita dados do mais recente inquérito aos bancos portugueses sobre o mercado de crédito do Banco de Portugal (BdP), que apurou que entre junho do ano passado e fevereiro deste ano, a diferença entre a taxa de juro dos empréstimos e o juro dos depósitos a prazo aumentou 142 pontos base (bem mais do que os 15 de média na zona Euro).
Em abril, a remuneração dos depósitos atingiu 1%, a 3.ª mais baixa entre os países que usam o euro.
Ainda, assinala-se que a margem financeira dos cinco maiores bancos em Portugal (A CGD, o BPI, BCP, Novo Banco e Santander), chegou aos 1537 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, o que representa um crescimento de quase 80% (89,7%), face ao período homólogo.














