Covid-19: Polónia pressiona Pfizer a renegociar acordo das vacinas com a UE devido a excesso de doses
O Governo da Polónia está a pressionar a administração da Pfizer a renegociar o acordo que o gigante farmacêutico fez com a UE no âmbito das vacinas da Covid-19, no âmbito da disputa que decorre sobre o excesso de doses da inoculação que estão a ser fornecidas aos vários países.
Numa carta, assinada pelo ministro polaco da Saúde, Adam Niedzielski, e citada pelo Politico, o governante apela à “responsabilidade social da empresa” e pede que sejam dispostos termos mais favoráveis nas negociações para reduzir o total de doses que estão a ser enviadas para a UE, em demasia, de forma a que vão chegando de forma mais dispersa e num período de tempo mais longo do que o acordado.
Varsóvia tem liderado os esforços para ‘reabrir’ o maior contrato da UE, de 1,1 mil milhões de dores da vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19. O acordo, assinado no auge da pandemia, ‘trancou’ a UE na compra de 500 milhões de doses este ano, numa altura em que as taxas de vacinação vão reduzindo e que a pandemia já está a entrar em fase endémica.
Como resultado, milhões de doses das vacinas já passaram o prazo em armazéns espalhados por toda a Europa. A alemã BR24 adiantava que, em janeiro, seriam 36,6 milhões de doses a expirarem, enquanto a Áustria já informou que quase 18 milhões de doses da vacina não foram usadas e acabaram por chegar ao fim da validade.
A Comissão Europeia estará a desenvolver esforços para renegociar o contrato com a Pfizer. Os detalhes não são púbico, mas a proposta que estará a ser discutida define o cancelamento de alguns ‘carregamentos’ da vacina, mas com um preço mais elevado por dose para as entregas que permanecem, na prática criando uma ‘taxa de cancelamento’ das encomendas.
“Em vez de mostrar solidariedade, a empresa quer fazer ainda mais dinheiro de fundos alocados por Estados-membros da UE que tinham como objetivo a proteção da saúde publica”, acusa o Governo polaco na carta enviada à Pfizer.