ISAG: O futuro está na liderança consciente

Já vários estudos revelaram que grande parte dos empregos têm alta probabilidade de ser automatizados por robôs até 2030. Empresas do ramo têxtil já seguiram esta tendência, como é o caso da Zara (do grupo Inditex) que abriu uma dezena de fábricas altamente automatizadas em Espanha, onde robôs trabalham constantemente. Da mesma forma, realizar pedidos por exemplo de comida ou bebida a partir de uma tela sensível ao toque, está a tornar-se uma prática cada vez mais comum. Muitas tarefas de pintores que pintam edifícios e interiores de casas já são atribuídas aos drones. Esta nova realidade faz com que as empresas alterem não apenas a forma como as empresas definem o conceito de “colaborador” ou das próprias chefias, mas também o valor que lhes atribuem. A relação entre empregado e empregador, que por vezes se apresenta tensa por questões de salário, benefícios e condições de trabalho, fica assim transformada devido a esta automação, onde as organizações poderiam evitar essas disputas ao substituir os colaboradores por máquinas.
Por outro lado, enquanto a maioria das empresas proclama “em alto e bom som” a importância e o valor dos seus colaboradores, na verdade é que continua a predominar o objectivo principal de melhorar a sua margem de lucro por cima de qualquer outra coisa, o que poderá levar estas empresas a fazer escolhas difíceis entre economizar dinheiro ou manter empregos neste novo mercado robótico que advém.
O que vai fazer a diferença, numa altura em que os colaboradores competem com “máquinas”, são as human skills, que passam a ter agora um papel mais preponderante do que nunca. Cabe aos líderes terem a capacidade de integrar estas competências.
É por isso muito importante o investimento na formação das chefias, com o fim de adquirirem um nível de consciência mais elevado, que por sua vez utilizem para criar um maior equilíbrio nas organizações. Precisamos de Liderança Consciente. A Liderança Consciente é um modelo holístico de Liderança que abrange o Líder como um todo. É suportada por valores morais elevados que produzem uma influência em qualquer ambiente de trabalho, pelo exemplo de autenticidade, transparência, fluidez e serviço. Um serviço altruísta que tem em conta as necessidades dos outros, que os envolve na sua força de rede inclusiva, através das 4 c´s: critério, criatividade, comunicação e colaboração.
Centrada num presente-futuro desejável, a Liderança Consciente é o oposto a uma visão estática da vida, da sociedade, das pessoas. É divergente, versátil e transcendente. Livre de julgamentos, acredita em si mesma e aporta novas visões e formas de fazer as coisas, ao desenvolver ideias inovadoras com a ambição de melhorar o mundo através da funcionalidade, do pragmatismo da generosidade e do serviço.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, Pós-graduações & Formação de executivos”, publicado na edição de Março (n.º 204) da Executive Digest.






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