TGV sai dos carris em Portugal. Financiamento em causa devido a exigências de Bruxelas

O financiamento do projeto ferroviário de alta velocidade pode estar em causa devido a uma exigência técnica da Comissão Europeia, que exige que as linhas portuguesas estejam em Bitola Europeia, e não em Bitola Ibérica.

Executive Digest
Março 10, 2023
9:34

O financiamento do projeto ferroviário de alta velocidade pode estar em causa devido a uma exigência técnica da Comissão Europeia, que exige que as linhas portuguesas estejam em Bitola Europeia, e não em Bitola Ibérica.

A construção das linhas em Portugal e Espanha em Bitola Ibérica teve origem no século XIX, no entanto, a Comissão Europeia considera que estas fecham Portugal ao mercado comunitário e à concorrência externa. Os carris ibéricos são 23cm mais largos do que os da Bitola Europeia, o que pode levar a um impedimento de financiamento de Bruxelas.

Adina Välean, Comissária Europeia dos Transportes, explica que “a orientação geral não impede Portugal de começar a construir uma nova linha ferroviária com Bitola Ibérica – e de migrar, subsequentemente, para a Bitola Europeia, o mais tardar em dezembro de 2030”.

Desde 2001, com António Guterres como Primeiro-Ministro, que o TGV está nas linhas dos Governos, mas no ano passado, António Costa anunciou um plano original, o regresso da alta velocidade, mas na antiga Bitola Ibérica.

A primeira fase, entre o Porto e Soure, tem conclusão prevista até 2028, enquanto que a segunda fase, até ao carregado, está previsto entrar ao serviço até 2030, data em que a Comissão Europeia já exige que a linha esteja em Bitola Europeia.

Desta forma, levantam-se questões sobre se a obra não deve ser desenvolvida de raiz já em Bitola Europeia.

No entanto, numa entrevista concedida em dezembro à TVI, o novo Secretário de Estado da Infraestruturas defendia que “a migração vai-se fazer quando se provar que esta vai trazer um benefício económico”. “Ao demonstrarmos que a migração não traz benefícios económicos, então podemos ter uma exceção e não ser obrigados a migrar”. Frederico Francisco mantém agora a mesma política, o que contradiz a Comissária Europeia dos Transportes.

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