Fim dos testes obrigatórios à Covid-19: China reabre completamente as fronteiras com Hong Kong e Macau

Após três anos de pandemia, a China vai reabrir completamente as fronteiras com as suas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau já na próxima semana, o que representa um grande impulso para as economias das duas cidades.

A partir de segunda-feira, os viajantes de Hong Kong ou Macau que entram na China continental já não vão precisar de apresentar testes negativos à Covid-19, desde que não tenham viajado para o estrangeiro na semana anterior, informou o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado num comunicado, esta sexta-feira.

As quotas diárias sobre o número de viajantes serão também eliminadas, acrescenta o documento divulgado no site do governo chinês. Assim, é esperado que o recomeço das viagens normais proporcione um grande apoio tanto a Hong Kong, que é um importante centro financeiro internacional, e a Macau, que antes da pandemia era a capital mundial do casino.

No ano passado, verificou-se um recuo na economia de Hong Kong, de acordo com dados preliminares do governo, registando-se uma diminuição em 3,5%, em comparação com 2021, e uma descida do PIB da cidade de 4,2% no quarto trimestre, significativamente mais do que as previsões dos economistas.

Apesar de nos últimos três anos, as viagens transfronteiriças limitadas à China continental serrem listadas como a principal preocupação das empresas, no mês passado começaram a ver algum alívio, quando os residentes de Hong Kong e da China continental foram autorizados a retomar as viagens nos dois sentidos, sem ter de realizar quarentena obrigatória.

Sob a reabertura parcial, os viajantes tinham de testar negativo para o coronavírus e reservar as viagens com antecedência na Internet, ao abrigo de um sistema de quotas diárias. Contudo, estes requisitos deixaram de ser necessários, anunciou hoje o Secretário Chefe Chan Kwok-ki de Hong Kong, numa conferência de imprensa, ao sublinhar que ambos os lados vão poder “viajar normalmente” em breve.

Com o fim das restrições, Hong Kong acabou por ver um impulso de 3% ou 4% ao crescimento económico, relatou o economista principal do HSBC na Ásia Frederic Neumann, citando as despesas dos turistas chineses do continente.

“Continuamos optimistas quanto à recuperação económica de Hong Kong”, expressaram os analistas do Goldman Sachs numa nota divulgada esta semana, onde afirmam esperar um crescimento de 3,5% este ano devido à “reabertura da fronteira com a China continental e eliminação da maioria das medidas de distanciamento social”.

Hong Kong est, de momento, a trabalhar para reconstruir o seu estatuto como um centro de negócios global. Na quinta-feira, o líder da cidade, John Lee, mencionou que o governo vai oferecer até 500 mil bilhetes de avião gratuitos para trazer de volta os turistas, naquilo a que chamou “o maior acolhimento de sempre do mundo”.