China teve o verão mais quente de sempre e um dos níveis de precipitação mais baixos em 61 anos, alertam meteorologistas

Entre julho e agosto deste ano, a China registou as temperaturas mais altas de que há registo no país e o nível de precipitação mais baixo em 61 anos, revela a agência meteorológica chinesa. A onda de calor que se fez sentir nesses dois meses provocou também vários fogos florestais, dizimou culturas e afetou o fornecimento de eletricidade.

Em agosto, a temperatura média rondou os 22,4 graus centígrados, 1,2 graus acima dos valores normais, ao passo que a chuva registou uma queda de 23%, o terceiro valor mais baixo desde 1961, de acordo com informações avançadas à imprensa por Xiao Chan, vice-diretor da agência meteorológica chinesa.

O responsável revelou ainda que 267 estações meteorológicas no país registaram, em agosto, as temperaturas mais altas de sempre, explicando que a onda de calor que se estendeu durantes os últimos dois meses foi “a mais severa” desde que há registo, quer em termos de duração, amplitude, intensidade e impactos.

O calor extremo gerou secas em várias regiões da China perto do rio Yangtzé, o rio mais longo de toda a Ásia e o maior do mundo, no sudoeste do país e no leste e centro do Tibete, relata Xiao Chen. No sentido oposto, fortes tempestades no nordeste e sudeste da China inundaram inúmeras cidades e aldeias.

Fotografias de satélite publicada esta quarta-feira pela NASA mostram que “uma onda de calor e seca prolongadas em grande parte da bacia do rio Yangtzé secou o Lago Poyang na província chinesa de Jiangxi e reduziu os níveis de água para mínimos das últimas décadas”.

As autoridades chinesas alertam que o pior ainda não passou e que se espera que o calor atípico de faça sentir durante todo o mês de setembro, tendo o governo já ativado um plano para criar nuvens artificiais para hidratar os solos, revitalizar os rios e lagos, diminuir o risco de incêndios florestais e minimizar os impactos económicos da seca.

Ainda assim, o governo em Pequim já avisou que fenómenos climáticos extremos serão cada vez mais frequentes nos próximos anos devido ao aquecimento global.

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