Com a inflação a impactar todo o mundo e o custo de vida e dos produtos a crescer de dia para dia, o consumo de chocolate tem vindo a diminuir, reportam os executivos das maiores empresas de chocolate do mundo.
A invasão da Rússia à Ucrânia impactou a oferta e a procura, visto que os dois países juntos correspondem a 5% da oferta global de cacau.
Depois do início da invasão do Kremlin, vários fabricantes de chocolates como a Lindt ou a Nestlé abandonaram o mercado ou reduziram as suas vendas como forma de protesto contra as da Rússia.
No Reino Unido, por exemplo, um estudo da McKinsey revelou que 40% dos britânicos trocaram o chocolate por produtos mais baratos nos seus lanches nas quatro a seis semanas encerradas em meados de maio.
O estudo mostra ainda que, apesar de o volume de vendas parecer o mesmo, o chocolate mais barato tem menos cacau, o que se reflete numa quera na procura de cacau.
De acordo com a fabricante de chocolates Hershey, as vendas de chocolate nos EUA caíram entre 2 a 3% nos últimos dois meses, uma vez que os preços subiram na faixa “alta de um dígito, baixa de dois dígitos”, explicou Melissa Poole em entrevista à ‘Reuters’.
“À medida que avançamos ao longo do ano esperamos ver um recuo no volume de vendas”, sublinhou, acrescentando que a empresa já esperava um abrandamento na procura.
O comportamento dos consumidores é também diferente. De acordo com a mesma fonte, os compradores optam mais por chocolates individuais do que por embalagens múltiplas, e têm escolhido mais marcas próprias do que chocolates de marca, um verdadeiro reflexo de um consumo diferente.
Outro fenómeno decorrente de uma inflação em níveis recorde por todo o mundo, é que as empresas têm de arranjar formas de conseguir dar a volta aos preços elevados. E uma dessas formas é reduzir o tamanho dos produtos vendidos.
De acordo com a Mondelēz International, contactada pela ‘Executive Digest’, a empresa admitiu estar a passar “um período marcado por uma subida acentuada do preço das matérias-primas e por um valor recorde da inflação, o que, no nosso caso, se traduz num aumento geral dos custos”.
“Para enfrentar esta situação, estamos a combinar diferentes estratégias para garantir que os nossos consumidores continuem a desfrutar das suas marcas favoritas. Por esta razão, em Portugal, estamos a comercializar alguns produtos, tais como os chocolates Cadbury, cujo formato foi ligeiramente reduzido enquanto continuamos acessíveis e os consumidores mantêm o seu poder de compra”, acrescentou.














