Explicador: Novo recorde da Bitcoin faz jus ao ditado ‘quanto maior a subida maior a queda’?
A Bitcoin bateu esta terça-feira um novo recorde histórico, batendo na faixa dos 68 mil dólares, arrastando a Ethereum acima dos 4.800 dólares, colocando um sabor agridoce na boca dos investidores: se por um lado este é um disparo agradável, por outro pode ser a repetição de uma queda repentina e contínua, como aconteceu em abril.
Os analistas respondem, afirmando que esta é uma evolução mais saudável do que outras vistas no passado.
De acordo com o popular analista da Bitcoin on-chain Willy Woo, há “uma enorme validação dos preços” na faixa dos 50 mil a 60 mil dólares”.
Já para Mikkel Morch, diretor executivo & gestão de riscos do fundo de hedge de ativos digitais ARK36”,todos os indicadores parecem mostrar que os mercados só começaram a aquecer”.
“Resumindo, as reservas de câmbio estão em baixo e ainda com tendência de baixa. Há menos Bitcoin disponível para comprar e as grandes carteiras não começaram a ter grandes lucros – o que significa que os ‘investidores tubarões’ estão à espera de preços ainda mais altos”, explicou o especialista, citado pela Bloomberg.
Morch alerta, no entanto, que pode haver “uma correção mais profunda, “mas a tendência geral aponta para um aumento da cotação da Bitcoin”.
Às 18h46 de Lisboa, a Bitcoin sofreu uma correção de 1,47%, para os 66.959,88 dólares, um movimento acompanhado pela segunda criptomoeda mais cotada, que desceu 0,14%, para os 4.781.19 dólares, segundo os dados da Coin Market Cap.
Um fantasma do passado
A Bitcoin sofreu uma queda de 36% durante o mês de maio, o pior desempenho mensal desde setembro de 2011, depois de no mês de abril ter batido um recorde, ao tocar nos 64.000 dólares.
A queda da Bitcoin arrastou consigo outras moedas digitais, como a Dogecoin, a moeda “meme” adotada por Elon Musk, que em abril chegou a tocar nos 0,60 centavos e que passou a estar avaliada em praticamente metade (0,31 centavos).
Esta queda foi patrocinada pelo “empurrão” do CEO da Tesla que depois de em março ter anunciado que a gigante automóvel aceitaria a Bitcoin, como forma de pagamento, voltou atrás com a decisão, “por razões ecológicas”.
Este movimento negativo, teve ainda a assistência das autoridades chinesas que apertaram o cerco às empresas de mineração e negociação de criptomoedas na China – responsável por cerca de 65% da mineração mundial da Bitcoin – uma resposta clara ao apelo do vice primeiro-ministro, Liu He, lançado na semana passada, durante o qual o número dois de Pequim pediu “uma atitude de repressão contra a especulação e negociação da Bitcoin”.