Investimento estrangeiro na China supera pela primeira vez o dos Estados Unidos
A economia chinesa conseguiu mais investimento direto estrangeiro (IDE) do que qualquer outro país no ano passado, ultrapassando os Estados Unidos, que estavam antes no topo da lista, de acordo com um relatório divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento no domingo.
A China arrecadou 163 mil milhões de dólares em influxos no ano passado, em comparação com os 134 mil milhões atraídos pelos EUA. Globalmente, o relatório constatou que o investimento direto estrangeiro se afundou a nível mundial, uma vez que a pandemia levou os países, grandes e pequenos, a paralisações económicas.
O investimento direto estrangeiro (IDE) caiu 42% em 2020, para 859 mil milhões de dólares, uma queda de 30% mesmo em relação à crise financeira de 2009. O IDE representa os investimentos num país feitos por pessoas e empresas de outros países, tais como a construção de uma fábrica.
Os países desenvolvidos foram mais duramente atingidos, no ano passado, do que os chamados países “em desenvolvimento”. O IDE nos Estados Unidos caiu 49%, ligeiramente menos do que a média dos países desenvolvidos de 69%.
O investimento direto estrangeiro nos países em desenvolvimento caiu 12%. A China, incluída nessa lista, viu de facto um pequeno aumento de 4% nos seus influxos.
Na União Europeia, o IDE diminuiu em dois terços, de acordo com o relatório, com o Reino Unido a não ver novos influxos – um país particularmente atingido pela pandemia.
A China conseguiu controlar, em grande parte, o novo coronavírus dentro das suas fronteiras no ano passado, apesar de ter sido a primeira nação a ser atingida com a doença mortal. Medidas rigorosas de confinamento, testes de massa precoces e uma abundância de equipamento de proteção pessoal foram atribuídos ao número relativamente baixo de mortes no país.
Desde o início da pandemia, a China teve menos de 100.000 casos confirmados de covid-19 e sofreu cerca de 4800 mortes devido à doença, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Os EUA, que têm uma população muito menor, tiveram quase 25 milhões de casos e mais de 400.000 mortes.
Outros dados económicos sugeriram também que a China suportou o peso da pandemia de forma mais ágil do que outros países. Pequim registou um crescimento do PIB de 2,3% em 2020, e espera-se que seja a única grande economia a registar uma taxa de crescimento anual positiva.
O relatório das Nações Unidas chega um dia antes do Presidente da China, Xi Jinping, proferir um discurso numa reunião virtual do Fórum Económico Mundial. Não se espera que o Presidente dos EUA, Joe Biden, participe no evento.