Covid-19. Petição anti-confinamento que apela à imunidade de grupo atinge 50 mil assinaturas

Três cientistas da Universidade de Oxford, Harvard e Stanford escreveram uma carta aberta a apelar ao Reino Unido e aos Estados Unidos para que fosse desenvolvida a imunidade de grupo, incluindo nos jovens. A petição já foi assinada por, pelo menos, 50.000 pessoas, 2.500 cientistas médicos e de saúde pública e cerca de 3.200 médicos.

A petição, que é contra um novo confinamento, adverte que as duras regras de distanciamento social estão a ter “impactos prejudiciais à saúde física e mental”. A carta, denominada Declaração da Grande Barrington, é um ‘grito’ de mobilização para que os especialistas e políticos aceitem que a nova realidade implica ter de viver com a covid-19.

A maioria da população, argumentam os cientistas, não corre risco de vida se contrair a doença, pelo que os esforços devem concentrar-se na protecção daqueles que são mais vulneráveis, deixando ao mesmo tempo que todos os outros prossigam as suas vidas como habitualmente.

“Aqueles que não são vulneráveis devem ser imediatamente autorizados a retomar a vida ‘normal’. Manter estas medidas de confinamento até que uma vacina esteja disponível vai causar danos irreparáveis”, alertam na carta, citada pelo Daily Mail.

A professora Sunetra Gupta da Universidade de Oxford, no Reino Unido, é uma das três autoras da declaração, que escreveu juntamente com Martin Kulldorff da Universidade de Harvard e Jay Bhattacharya da Universidade de Stanford, ambas nos Estados Unidos.

No entanto, a petição foi recebida com alguma apreensão. Um cientista salientou que não tem em consideração outros problemas como os casos em que a doença se prolonga, e que ignora o facto de não haver provas de que a imunidade de grupo seja sequer possível.

No mesmo dia, os números mostraram que, no Reino Unido, o número de hospitalizações por covid-19 disparou 25% em apenas 24 horas. O número de infecções pelo novo coronavírus tem aumentado exponencialmente nos últimos dias, no país. Os dados mostram ainda que o número de pessoas a precisar de suporte ventilatório está a aumentar.

Os números crescentes alimentaram a preocupação de que o Reino Unido poderá ter de apertar mais restrições. Desde o início da pandemia, o país já registou mais de 532 mil casos de infecção e mais de 42 mil mortes por covid-19.

Já os Estados Unidos são o país do mundo com mais casos e mais óbitos: mais de 7,5 milhões e mais 210 mil, respectivamente, de acordo com dados da Universidade norte-americana Johns Hopkins.