Petróleo atinge mínimos de 17 anos e previsões apontam para a maior queda da história

A espiral descendente no preço do petróleo não para. Menos de um mês após ultrapassar os 54 dólares, o barril West Texas, a referência nos EUA, afunda agora 24 dólares, o seu nível mais baixo em 17 anos, desde maio de 2003.

O impacto económico do coronavírus mais do que multiplicou todas as expectativas, causando quase a paragem total da China e, posteriormente, boa parte das principais economias ocidentais. Além disso, os seus efeitos foram agravados no mercado de petróleo pela ruptura do pacto entre a OPEP e a Rússia para reduzir a produção de petróleo.

O preço do petróleo continua em colapso, paralelamente ao colapso das principais Bolsas de Valores, e o preço do Brent , uma referência na Europa, aumentou hoje a sua trajetória descendente e a queda foi para 26 dólares, o valor mais baixo em quatro anos, desde o início de 2016.

Em uma semana e meia, desde o encerramento anterior ao desastre histórico de 9 de março, o barril do Brent acumula 40% das perdas, podendo chegar aos 60% se for tido em conta o fecho do ano de 2019.

Apesar da magnitude desse colapso, o Brent ainda está longe de bater no fundo que atingiu no último outono. Assim consideram os especialistas da Goldman Sachs que, nas suas últimas estimativas contemplam a queda do barril de Brent para 20 dóalres no segundo trimestre do ano. No caso desta previsão se cumprir, o seu preço entraria em colapso em outros 28% em relação ao preço atual e atingirá níveis sem precedentes desde 2002.

A Goldman Sachs justifica as suas previsões de baixa para o preço do petróleo no crescente “colapso da procura” como resultado da crise desencadeada pelo coronavírus, que está a causar a paralisia de grande parte das economias ocidentais, a restringir viagens e a minimizar o tráfego aéreo.

O resultado, segundo a empresa norte-americana, será uma contração de oito milhões de barris por dia na procura por petróleo no final de março. Apesar da recuperação previsível no segundo semestre do ano, a Goldman prevê que 2020 registará a maior queda da história na procura, 1,1 milhão de barris por dia.

A queda histórica será fruto de contexto de aumento da produção na Arábia Saudita e na Rússia o que causará um excedente de petróleo bruto que não pode ser assumido devido à queda esperada na produção de óleo de xisto nos EUA, incapaz de realizar operações lucrativas com os preços atuais do petróleo.

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