UE declara guerra ao narcotráfico com satélites, drones e inteligência artificial

Objetivo passa também por contrariar as novas rotas e métodos utilizados pelos traficantes, que exploram brechas em transportes terrestres, marítimos e aéreos

Francisco Laranjeira
Dezembro 4, 2025
15:36

O plano delineado por Bruxelas pretende intensificar a cooperação internacional, dificultar a entrada de substâncias ilícitas, desmantelar locais de produção e travar o recrutamento de jovens por redes criminosas. De acordo com o jornal ‘POLITICO’, o objetivo passa também por contrariar as novas rotas e métodos utilizados pelos traficantes, que exploram brechas em transportes terrestres, marítimos e aéreos.

Neste contexto, a UE quer trabalhar com autoridades aduaneiras, agências europeias e o sector privado para melhorar a monitorização e interrupção das rotas de tráfico. Entre as medidas previstas está o uso de inteligência artificial para rastrear drogas enviadas por correio, reforçar o controlo da aviação e avançar com uma Estratégia Portuária para aumentar a segurança nos portos.

Frontex com meios tecnológicos de última geração

A Frontex será equipada com novos recursos tecnológicos, incluindo drones e satélites capazes de detetar atividades suspeitas com maior precisão. Bruxelas prepara ainda o lançamento de um Campus de Segurança e Inovação em 2026, destinado a testar tecnologias de ponta para acompanhar a rápida evolução das redes de narcotráfico.

Ao mesmo tempo, a UE enfrenta um crescimento da produção interna de drogas sintéticas, com centenas de laboratórios desmantelados todos os anos. Para responder a esta ameaça, será criado um banco de dados europeu dedicado a incidentes de produção e substâncias químicas, para apoiar os Estados-membros na identificação de drogas emergentes.

Alertas rápidos e legislação revista até 2026

O novo sistema europeu de alerta de drogas permitirá emitir avisos sobre substâncias particularmente potentes, enquanto o mecanismo de deteção precoce ajudará a identificar novas drogas e informar rapidamente os governos nacionais. A Comissão Europeia está igualmente a rever o quadro legislativo relativo ao crime organizado e ao tráfico de droga, com conclusão prevista para 2026.

Além das toneladas recorde de cocaína apreendidas — só em 2023 foram 419 mil —, Bruxelas alerta que o narcotráfico acarreta violência, corrupção e danos sociais crescentes. As redes criminosas estão também a recrutar jovens através de plataformas digitais, razão pela qual será criada uma plataforma europeia para prevenir esse aliciamento.

A estratégia agora apresentada definirá a atuação europeia nesta área entre 2026 e 2030.

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