A Ucrânia reúne-se este sábado representantes de vários aliados europeus e, potencialmente, responsáveis americanos para discutir a arquitetura final de um plano de paz que Kiev pretende apresentar como base negocial nos próximos meses. O encontro, que surge numa fase em que os mediadores europeus procuram consolidar um texto comum, pretende clarificar os compromissos políticos, securitários e territoriais que os parceiros estão disponíveis para apoiar.
Segundo informação divulgada por diversas fontes diplomáticas europeias, esta ronda de contactos procura alinhar posições antes de novas conversações com Washington. O objetivo é reduzir divergências entre aliados sobre as garantias de segurança, o calendário de implementação de eventuais mecanismos de supervisão e a margem de compromisso que Kiev admite considerar. A reunião de hoje deverá ainda avaliar o impacto das pressões crescentes exercidas pelos Estados Unidos, num contexto em que a administração americana insiste na necessidade de avanços tangíveis antes do final do ano.
Pressão internacional e busca de consenso
A discussão do plano surge num momento de forte pressão internacional, agravado por sinais de fadiga entre alguns parceiros europeus e pelo insistente apelo de Washington a um quadro negocial mais concreto. As autoridades ucranianas procuram preservar a coerência do documento, evitando concessões precipitadas, mas reconhecem que a unidade entre aliados será determinante para o próximo passo diplomático.
Os países europeus envolvidos nesta reunião preparatória sublinham que qualquer entendimento terá de preservar a soberania ucraniana e garantir mecanismos verificáveis de segurança. Apesar disso, várias capitais admitem que a negociação será longa e complexa, num cenário em que Moscovo não demonstra sinais públicos de abertura para compromissos substanciais.
Possível adesão acelerada à UE surge ligada às conversações
De acordo com o que foi avançado pelo ‘Financial Times’, a Ucrânia poderá juntar-se à União Europeia dentro de pouco mais de um ano, estando em cima da mesa a data de 1 de janeiro de 2027 como hipótese para a adesão. A proposta, apoiada por Bruxelas, integra a versão mais recente do plano de paz apresentado por responsáveis ucranianos e europeus a Washington e representaria uma alteração profunda na forma como o bloco gere os seus processos de alargamento.
A eventual aceleração obrigaria a UE a rever os Critérios de Copenhaga e a reformular o calendário de acesso aos fundos europeus, uma vez que Kiev ainda não cumpre nenhum dos requisitos formais para aderir. Fontes citadas pelo FT admitem que esta solução exigiria uma redefinição total do processo de adesão, num contexto em que vários países — da Moldávia ao Montenegro — aguardam há anos pelo mesmo estatuto.














