José Sócrates viajou, na passada sexta-feira para São Paulo, no Brasil, num voo da TAP, em classe executiva. Na chegada ao país, esperava-o um motorista. Desconhece-se se será de facto este o destino final do antigo primeiro-ministro, e principal arguido no processo Operação Marquês, já que Sócrates não comunicou esta deslocação à Justiça.
Volvida quase uma semana, a defesa do antigo governante não apresentou qualquer requerimento ao juiz, segundo relata o Correio da Manhã. Ao contrário do que aconteceu noutras viagens feitas anteriormente, desta vez José Sócrates desprezou a Justiça e não indicou para onde ia, a duração da estadia e os motivos para a viagem.
O antigo primeiro-ministro desafiou as alterações à medida de coação a que está sujeito, no âmbito do caso em que está acusado de falsificação de documento e branqueamento de capitais, que ocorreram também devido a uma viagem que fez para o Brasil, no ano passado.
Fontes relatam ao jornal que é possível que José Sócrates esteja a preparar uma saída definitiva de Portugal. Recorde-se que Sócrates tem de se apresentar semanalmente no posto da GNR mais próximo de sua casa e, se faltar, o tribunal recebe um aviso e pode haver lugar á mudança da medida de coação.
José Sócrates viu, na fase de instrução, caírem a maior parte dos 31 crimes de que era acusado, ficando apenas pronunciado por seis: três de branqueamento de capitais e três de falsificação de documento.
Ricardo Salgado e Armando Vara já foram condenados no processo, mas José Sócrates e o amigo Carlos Santos Silva ainda não foram julgados, tendo conseguidos, com uma série de ações, adiar a progressão do caso nos tribunais, sendo que os incidentes levaram também a um atraso do recurso apresentado pelo Ministério Público na Relação de Lisboa, com o objetivo de querer que o ex-primeiro-ministro seja julgado por mais crimes do que os decididos por Ivo Rosa.














