Segurança em risco? Fabricantes estão a retirar um elemento essencial dos automóveis modernos… e os condutores não estão a achar piada

Até há pouco tempo, vigorava uma ‘regra não escrita’ no setor… que agora está a ser esquecida

Automonitor
Dezembro 6, 2025
20:00

O tradicional limpador traseiro, presente durante décadas na maioria dos automóveis, está a tornar-se cada vez mais raro nos modelos recentes. Este equipamento, considerado essencial para garantir visibilidade em condições adversas, está a ser eliminado sobretudo nos veículos elétricos, apesar de não existir qualquer alteração nas necessidades de segurança dos condutores.

Até há pouco tempo, vigorava uma ‘regra não escrita’ no setor: os modelos de cinco portas incluíam sempre limpador traseiro, enquanto berlinas com porta-bagagens separados e desportivos com vidros muito inclinados dispensavam esse elemento. Esta distinção baseava-se em critérios de aerodinâmica, já que os modelos com traseira mais vertical acumulam mais sujidade no vidro devido aos vórtices de ar gerados durante a condução.

Uma regra que está a desaparecer nos modelos elétricos

A justificação técnica tem sido consistente ao longo dos anos, mas a realidade mudou. O ‘El Economista’ sublinha que muitos condutores não circulam a velocidades que permitam ao fluxo de ar manter o vidro limpo, o que torna o limpador traseiro indispensável em situações de chuva, neve ou sujidade acumulada. Mesmo assim, vários fabricantes têm vindo a dispensá-lo, com destaque para os modelos elétricos que privilegiam a eficiência aerodinâmica.

O fenómeno não é totalmente novo. Houve exceções históricas motivadas por pedidos de clientes, como o caso do empresário alemão Alfried Krupp von Bohlen, que em 1962 exigiu à Porsche a instalação de um limpador traseiro no seu 356, obrigando os engenheiros a perfurar o vidro. Anos mais tarde, o primeiro 911 Turbo também adotou este elemento, algo raro num desportivo de alto desempenho, mas que o construtor alemão manteve ao longo de várias gerações.

Exemplos raros entre berlinas e compactos

Na década de 1990, alguns modelos de quatro portas integraram este equipamento, incluindo versões do Ford Orion e do Peugeot 306 Sedan, apesar de tal ser pouco habitual em carros com porta-bagagens separados. Embora limitado a variantes específicas, provou ser útil em velocidades reduzidas, quando a chuva ou a neve rapidamente prejudicam a visibilidade traseira.

Elétricos modernizam o design, mas retiram um elemento essencial

O desaparecimento do limpador traseiro é particularmente evidente nos veículos elétricos mais recentes. Modelos como os Hyundai Ioniq 5 e 6, Toyota bZ4x, Subaru Solterra, Lexus RZ, Kia EV4 e EV6 ou o Tesla Model Y não o incluem. Os fabricantes justificam a decisão com ganhos aerodinâmicos que, em teoria, aumentam a autonomia. Porém, não existe consenso sobre o impacto real desta omissão e muitos condutores consideram que a sua segurança e tranquilidade ficam comprometidas, sobretudo em zonas urbanas e em condições climatéricas desfavoráveis.

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