Os ministros da Energia da União Europeia vão reunir-se a 15 de dezembro com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, para discutir a crescente interligação entre política energética e segurança, num contexto marcado pela guerra na Ucrânia e pela vulnerabilidade crescente das infraestruturas críticas. A reunião, de acordo com o ‘El Economista’, pretende intensificar a coordenação transatlântica tanto no curto como no longo prazo.
A ofensiva russa contra a Ucrânia expôs a dependência estrutural entre sistemas de dissuasão, mecanismos de defesa e redes energéticas civis. As infraestruturas elétricas e gasistas passaram a ser alvos frequentes de ataques físicos, ciberataques e operações híbridas, aumentando os riscos operacionais e elevando o tema à escala estratégica.
A UE e a NATO querem agora aprofundar o diálogo, melhorar a consciência situacional e ampliar a cooperação prática para proteger ativos críticos e assegurar o funcionamento contínuo do mercado interno de energia.
Eurelectric alerta para “nova era” de segurança elétrica
Aproveitando o encontro, a Eurelectric enviou uma carta aos ministros defendendo que a Europa entrou numa “nova era” em que segurança energética significa, de forma crescente, segurança elétrica.
Com base no World Energy Outlook 2025 da Agência Internacional de Energia, a associação sublinha que a eletricidade se tornou o elemento estruturante das sociedades modernas e que a progressiva descentralização das redes aumenta a sua complexidade e exposição a riscos. A eletricidade está agora no centro da ligação entre energia e segurança nacional.
Três prioridades estratégicas para o Conselho de Energia
A Eurelectric propõe três linhas de ação para discussão no Conselho de Energia de 15 de dezembro:
Priorizar a preparação
Normalizar a antecipação de ataques físicos e cibernéticos, treinar respostas de emergência e planear a recuperação. A associação sugere destinar parte do investimento em proteção de infraestruturas e cibersegurança para gestão de crises, armazenamento de componentes críticos, capacidade de reparação, defesa contra drones, redundâncias, resiliência cibernética e comunicações seguras.
Otimizar a “autonomia estratégica aberta”
Equilibrar a redução da dependência de importações com a necessidade de evitar que exigências rígidas de conteúdo local encareçam a transição elétrica. A Eurelectric defende ainda a diversificação das cadeias de abastecimento e a distinção clara entre hardware e software devido aos diferentes perfis de risco.
Garantir um fornecimento seguro de eletricidade
Implementar um planeamento holístico para cenários de crise que cubra todos os vetores energéticos; reforçar investimentos em redes, tecnologias firmes e mecanismos de flexibilidade; e melhorar os sinais de mercado de modo a refletir necessidades em tempo real, promovendo consumo flexível sem alterar a arquitetura do mercado elétrico europeu.














