Portugueses são dos que mais defendem na Europa a democracia e a liberdade de expressão online, revela estudo

Portugueses (73%) veem o diálogo digital como uma oportunidade para fortalecer a democracia, reforçando a importância de espaços abertos e regulados para o debate político

Executive Digest
Dezembro 9, 2025
10:41

Os portugueses consideram que viver em democracia é “muito” ou “extremamente importante”: 84% dos inquiridos neste estudo fizeram esta avaliação, resultando numa das percentagens mais elevadas da Europa e que contrasta com a média europeia de 75%. Além disso, Portugal também se destaca no apoio à liberdade de expressão na internet, sendo o país que mais a defende (64%), um valor também acima da média europeia (52%). Os portugueses (73%) veem o diálogo digital como uma oportunidade para fortalecer a democracia, reforçando a importância de espaços abertos e regulados para o debate político.

Estas são algumas das principais conclusões do novo estudo “Democracia na Era da IA”, realizado pela Kantar para o Vodafone Institute for Society and Communications. A investigação envolveu mais de 12 mil participantes, em 12 países europeus – incluindo Portugal – e traça um retrato dos desafios, expectativas e preocupações dos cidadãos face ao impacto da transformação digital nas sociedades democráticas.

Apesar dos resultados positivos, a satisfação dos portugueses com o funcionamento da democracia permanece modesta, alinhada com a média europeia de apenas 22% de cidadãos “muito” ou “extremamente satisfeitos”.

Portugueses confiam nos media tradicionais para combater desinformação

Portugal e Espanha são os países que mais reconhecem a relevância dos media tradicionais no combate à manipulação de informação. 63% dos portugueses afirmam que a importância do jornalismo editorial aumentou devido à ameaça da desinformação, um número significativamente acima da média europeia (53%), sendo que a televisão e a rádio continuam a ser os principais meios para verificar a veracidade de conteúdos políticos. Esta confiança nos media clássicos contrasta com a crescente preocupação com os conteúdos políticos gerados por IA, que 39% dos europeus já identificam como uma ameaça à democracia.

Em Portugal, 28% dos inquiridos afirmam ter encontrado fake news com frequência nos últimos meses, ligeiramente acima da média europeia (27%). Embora a disseminação de notícias falsas seja atribuída a diferentes grupos, os motivos presumidos para tal são semelhantes em todos os países: cerca de metade das pessoas acredita que as fake news têm como objetivo enfraquecer adversários políticos e influenciar o resultado das eleições.

Apesar disso, os portugueses mantêm uma visão positiva sobre a tecnologia: 38% acreditam que os benefícios da IA superam os riscos, comparado com 30% na média europeia. Ainda assim, 39% dos europeus veem a IA como uma ameaça à democracia, enquanto 32% acreditam que oferece mais oportunidades do que perigos. A ambivalência é clara, 29% permanecem indecisos.

O estudo revela ainda que a maioria dos cidadãos europeus apoia medidas regulatórias como o Digital Services Act (DSA) e o AI Act, com destaque para Portugal, onde cerca de 70% dos cidadãos apoiam a identificação de conteúdos gerados por IA e a atuação das autoridades nacionais para combater discurso de ódio e notícias falsas no mundo digital.

Esta análise foi realizada entre 24 de fevereiro e 1 de abril de 2025, com mil inquéritos realizados nos 12 países abrangidos: Alemanha, Espanha, Estónia, França, Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia.

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