A grande maioria dos portugueses que recorre a crédito ao consumo não especifica para que vai usar o dinheiro, revelam dados do CreditoPessoal.pt. Entre janeiro e outubro deste ano, 86% dos pedidos de financiamento submetidos na plataforma, num total de 36.995, foram feitos sem indicação da finalidade.
Segundo os números, apenas 14% dos consumidores indicam o que pretendem financiar. Entre estes, obras em casa lideram as preferências, com 2.070 pedidos, seguidas da consolidação de créditos (1.850), férias (377), eletrodomésticos (335), mobiliário/decoração (201) e automóvel ou mota (162).
No entanto, não revelar a finalidade do empréstimo pode ter um custo elevado. O CreditoPessoal.pt alerta que várias instituições financeiras oferecem condições mais vantajosas, como taxas de juro mais baixas e prazos de pagamento mais longos, quando o cliente indica o propósito do crédito.
“Estamos a falar de poupanças que podem ir de dezenas a centenas ou mesmo milhares de euros ao longo da vida do contrato”, explica Tiago Pestana, analista de crédito no CreditoPessoal.pt. “Nalguns casos, um crédito de 10 mil euros para comprar carro, por exemplo, pode custar menos 1.000€ do que um crédito genérico do mesmo valor.”
Os dados do Banco de Portugal confirmam esta diferença: no quarto trimestre de 2025, a TAEG de um crédito automóvel novo situa-se nos 10,8%, podendo cair para 5,4% em caso de locação financeira. Já a TAEG dos “outros créditos pessoais” ultrapassa os 15,6%, mais de 10 pontos percentuais acima.
Para Tiago Pestana, a falta de informação e de comparação está na base de escolhas menos vantajosas. “Indicar a finalidade de um crédito parece um detalhe, mas é determinante para uma poupança potencialmente maior. E mais importante do que escolher a finalidade certa é assegurar a melhor proposta. Por isso é que o apoio de um intermediário de crédito é tão importante”, remata.














