Petição pública para a retirada de Portugal do Festival Eurovisão tem já 13 mil assinaturas

De acordo com os autores da petição, a decisão de manter Israel no concurso “é inaceitável perante a contínua catástrofe humanitária e ofensiva militar na Faixa de Gaza”

Executive Digest
Dezembro 9, 2025
10:08

Uma petição pública – que pode consultar aqui – que exige a retirada da RTP e de Portugal do Festival Eurovisão, após Israel ter sido mantido na competição, já reuniu perto de 13 mil assinaturas.

De acordo com os autores da petição, a decisão de manter Israel no concurso “é inaceitável perante a contínua catástrofe humanitária e ofensiva militar na Faixa de Gaza, e perante os escândalos de manipulação de voto que mancharam a edição de 2025 em Basileia, comprovando a incapacidade da organização (EBU/UER) em travar a politização do evento”.

“Face à gravidade da situação humanitária, à manipulação comprovada dos resultados como ferramenta de propaganda e à vergonhosa posição de apoio manifestada pelo voto português, exigimos que a RTP anuncie a não-participação de Portugal na Eurovisão 2026”, apelaram os autores.

“Portugal deve corrigir o erro do seu voto e juntar-se ao bloco de países, como a Espanha, que se recusa a branquear a situação. É imperativo defender a dignidade dos artistas nacionais, o respeito pelo Direito Internacional e a génese do próprio festival. Criada em 1956 para promover a paz e a união entre os povos num pós-guerra, a Eurovisão não pode servir de palco para normalizar a guerra”, pode ler-se no texto.

Recorde-se que no passado dia 4 Israel foi autorizado a participar no Festival Eurovisão da Canção 2026, marcado para maio, na Áustria, caso assim entenda, na sequência da assembleia-geral da União Europeia de Radiodifusão (UER), que decorreu na Suíça.

De acordo com a UER, em comunicado no ‘site’ oficial daquele organismo, “todos os membros da UER que desejem participar no Festival Eurovisão da Canção 2026 e concordem em cumprir as novas regras são elegíveis para participar”.

Os membros da UER, estações públicas de vários países europeus, votaram, em escrutínio secreto, sobre se “estavam suficientemente satisfeitos com as novas medidas e salvaguardas anunciadas, sem votar sobre a participação no evento do próximo ano”.

“A grande maioria concordou que não era necessário realizar uma nova votação sobre a participação e que o Festival Eurovisão da Canção 2026 deveria decorrer como previsto, com as salvaguardas adicionais em vigor”, lê-se no comunicado.

Espanha, Irlanda e Países Baixos de fora

Espanha e Irlanda anunciaram que não estarão presentes no Festival Eurovisão da Canção de 2026, uma decisão motivada pela confirmação de que Israel será autorizado a participar no certame. A decisão espanhola foi tornada pública pela RTVE, poucas horas depois de a União Europeia de Radiodifusão (UER) divulgar que Israel continua elegível para competir, apesar das crescentes pressões de vários países europeus para a sua exclusão.

Segundo avançou a estação pública espanhola, a RTVE não só deixará de concorrer como também não transmitirá a final da Eurovisão de 2026, que terá lugar na Áustria. Esta decisão marca uma rutura significativa na tradição de participação contínua de Espanha, que já tinha reforçado nas últimas semanas o seu descontentamento com a posição da UER relativamente ao conflito no Médio Oriente.

Antes mesmo da decisão espanhola e irlandesa, os Países Baixos tinham anunciado que não iriam participar na próxima edição da Eurovisão, igualmente em protesto contra a manutenção da participação israelita. As desistências consecutivas aumentam a pressão diplomática e mediática sobre a UER, que tem vindo a ser confrontada com exigências para rever a sua posição.

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