A Noruega está a reforçar a procura de profissionais estrangeiros para responder às necessidades do mercado laboral e disponibiliza, através da rede europeia EURES (EURopean Employment Services), cerca de 13.200 ofertas de emprego ativas. Reconhecido como um dos países menos corruptos da Europa e entre os mais transparentes do mundo, o país escandinavo destaca-se pelos salários significativamente elevados: o rendimento médio anual atinge 65.675 euros, o que corresponde a 5.473 euros por mês, com subsídios incluídos. Tendo em conta que o salário médio em Portugal se situa nos 1.615 euros, o rendimento médio norueguês representa mais do triplo e evidencia uma diferença salarial expressiva.
Ao contrário do que acontece noutros países, na Noruega não existe um salário mínimo nacional. Em vez disso, aplicam-se valores mínimos definidos por convenções coletivas, distintos em cada setor. Assim, trabalhadores de hotelaria a partir dos 20 anos têm direito a 204,79 coroas norueguesas por hora (cerca de 17,80 euros/hora), enquanto na limpeza o valor sobe para 227,54 coroas (aproximadamente 19,80 euros/hora). No setor da construção, um trabalhador não qualificado sem experiência recebe um mínimo de 239,61 coroas/hora (cerca de 20,80 euros/hora) e, no caso de profissionais qualificados, o nível mínimo aumenta para 264,32 coroas/hora.
As oportunidades divulgadas através do portal EURES incluem vagas em vários setores, desde funções sem exigência de qualificação até oportunidades altamente especializadas. Entre as propostas estão pessoal de limpeza para escolas, cuidadores de crianças (mediante apresentação de certificado de registo criminal), auxiliares de educação infantil com contrato sem termo e alojamento gratuito, camionistas, carpinteiros de metal, mecânicos para Oslo, operadores de cortadora laser, empregados de restaurante com possibilidade de alojamento temporário, empregados domésticos, desenvolvedores de software e médicos especialistas, com salários que podem atingir os 100 mil euros anuais. Em alguns casos, as empresas oferecem não só apoio na procura de habitação como também alojamento gratuito durante alguns meses.
Apesar de não integrar a União Europeia, a Noruega pertence ao espaço Schengen e mantém acordos que permitem aos cidadãos da UE trabalhar no país sem necessidade de visto ou autorização prévia. A única obrigação é notificar a presença às autoridades norueguesas nos primeiros três meses de estadia, registo que pode ser feito nos serviços de estrangeiros de cidades como Oslo, Bergen, Stavanger ou Kirkenes, ou noutros postos oficiais. As orientações locais aconselham os trabalhadores a consultar o portal oficial Ny i Norge (Novo na Noruega), onde constam informações essenciais sobre registo de residência, obtenção do número de identidade (ID), cartão fiscal, bem como orientações sobre habitação, saúde e educação.














