Zelenksy está hoje em Bruxelas para apresentar ‘Plano de Vitória’ aos líderes da UE

Volodymyr Zelensky vai participar, esta quinta-feira, na cimeira de líderes da União Europeia (UE) para apresentar o seu Plano para a Vitória face à invasão russa.

De acordo com fontes europeias, Volodymyr Zelensky estará assim presencialmente em Bruxelas – e não por videoconferência, como estava inicialmente previsto – para participar no arranque do Conselho Europeu, ocasião na qual irá apresentar este seu plano e qual o papel da UE e dos seus líderes na sua concretização.

“O ponto principal [da discussão durante a cimeira europeia] é renovar o nosso compromisso de apoiar a Ucrânia e fornecer mais armas, para continuar a garantir que a Ucrânia prevaleça”, referiu uma destas fontes comunitárias.

Esta reunião do Conselho Europeu surge dias após os embaixadores dos Estados-membros junto da UE e de os eurodeputados terem dado ‘luz verde’ a uma proposta para a UE avançar com uma fatia de 35 mil milhões de euros no empréstimo de 45 mil milhões de euros (50 mil milhões de dólares) do G7 à Ucrânia, permitindo aos ucranianos (após aval final dos colegisladores) usar essas verbas para o que necessitarem, incluindo reforçar as suas capacidades militares.

Este assunto estará em cima da mesa, com os líderes a pretenderem, juntamente com tal aval que conta com oposição da Hungria, manter o compromisso de prestar apoio financeiro e militar à Ucrânia.

E em que consiste o Plano para a Vitória de Zelensky?

O presidente Volodymyr Zelensky apresentou o seu Plano de Vitória esta quarta-feira no Verkhovna Rada (Parlamento ucraniano) – o plano ucraniano consiste em cinco pontos e três apêndices secretos, revelou a publicação ‘Ukrainska Pravda’.

No entanto, o gabinete do presidente ucraniano já havia informado que Zelensky não divulgará todos os detalhes de seu Plano de Vitória no Parlamento, com certos apêndices do documento a permanecerem confidenciais.

Segundo o líder ucraniano, a implementação do Plano de Vitória depende dos parceiros da Ucrânia e não da Rússia, até porque, defendeu, Moscovo não procura uma paz honesta: Zelensky salientou que Putin enlouqueceu e quer a guerra, sendo que não vai mudar pessoalmente e é surdo para todos os outros.

Zelensky salientou também que a Ucrânia e os seus parceiros devem trabalhar juntos para mudar as circunstâncias para que a guerra termine e que a Rússia seja “forçada à paz”.

No seu discurso no parlamento, Zelensky afastou por completo a possibilidade de ceder território à Rússia ou aceitar um “congelamento” na linha da frente, sublinhando que Moscovo vai perder a guerra iniciada em fevereiro de 2022. “A Rússia vai perder a guerra contra a Ucrânia. Não pode haver um ‘congelamento’ [da frente]. Não pode haver qualquer troca relativamente ao território da Ucrânia ou à sua soberania”, defendeu.

“O primeiro ponto – e muito importante – é um convite para a NATO. Agora mesmo. É uma determinação de como os parceiros veem o lugar da Ucrânia na arquitetura de segurança”, indicou Zelensky.

O segundo ponto, descreveu, é o fortalecimento permanente da defesa ucraniana e o redirecionamento da guerra para a Rússia, ou seja, realocar os combates para o território russo – este ponto tem um apêndice secreto, avançou a publicação.

O terceiro ponto é a dissuasão da agressão russa – também este tem um apêndice secreto ao qual os líderes dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha tiveram acesso. A Ucrânia propõe implantar um pacote abrangente de dissuasão não nuclear no seu território para prevenir uma eventual agressão russa no futuro.

“A Ucrânia propõe a instalação no seu território de um conjunto completo de medidas estratégicas de dissuasão não nucleares, que serão suficientes para proteger a Ucrânia de qualquer ameaça militar da Rússia”, afirmou Zelensky.

Além disso, na mesma intervenção, o presidente ucraniano instou o Ocidente a levantar as restrições ao uso de armas de longo alcance contra a Rússia “em todo o território da Ucrânia ocupado pela Rússia e no território russo”, bem como à continuação da ajuda para reforçar o “equipamento das brigadas de reserva das forças armadas ucranianas”.

No quarto ponto, Zelensky destacou o potencial estratégico e económico da Ucrânia: aqui também existe um apêndice secreto, que foi passado para os Estados Unidos e a União Europeia, e que prevê um acordo com parceiros.

Por último, o quinto ponto, projetado para o período pós-guerra: a experiência ucraniana deve ser utilizada por toda a aliança atlântica e a defesa da Europa – Kiev propõe substituir os militares americanos na Europa por tropas ucranianas após a guerra.

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