Viagens da Microsoft. Autarca de Braga é um dos arguidos no processo: MP ainda não notificou ministro Pedro Duarte
O presidente da Câmara Municipal de Braga já foi constituído arguido no âmbito do caso das viagens dos autarcas à Microsoft, avançou a revista ‘Sábado’, indicando que a Polícia Judiciária está já a notificar vários autarcas pelos crimes de recebimento indevido de vantagem e corrupção passiva: já o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que terá estado na origem dos convites quando era funcionário da empresa, ainda não terá sido notificado.
“Relativamente ao caso em apreço, informo que o sr. ministro dos Assuntos Parlamentares Pedro Duarte nunca recebeu qualquer notificação a propósito do processo referido”, referiu o gabinete de imprensa do ministério.
O social-democrata Ricardo Rio, autarca de Braga, é um dos arguidos, num caso que envolve igualmente as câmaras de Cascais, Sousel, Torres Novas, Abrantes, Vila Nova de Famalicão e Sintra.
O caso foi tornado público em 2017 pelos jornais ‘i’ e ‘Observador’: na altura, lembrou a revista, Pedro Duarte queixou-se, na rede social ‘Facebook’, que a sua vida profissional estivesse a ser “misturada com determinados interesses político-partidários”. “Ao contrário do que afirma e/ou insinua a notícia, nunca viajei com qualquer autarca em qualquer momento a Seattle (ou a qualquer outro local), nem tenho ou tive qualquer responsabilidade comercial direta com autarquias (nem substituí quem tinha) na empresa em que trabalho”, apontou.
A decisão do Ministério Público em avançar para a constituição dos arguidos prende-se com a necessidade de evitar a prescrição de vários crimes, uma vez que as viagens e convites ocorreram há mais de 10 anos.