Espanha ‘fechou’ a porta à Worldcoin, que ficou proibida de oferecer dinheiro aos utilizadores em troca da digitalização da íris: de acordo com o jornal espanhol ‘ABC’, cerca de 400 mil pessoas já se tinham sujeitado à leitura dos seus dados biométricos no país vizinho. No entanto, a Agência Espanhola de Proteção de Dados (APED) ordenou uma medida cautelar que proíbe a empresa de criptomoedas liderada por Sam Altman de processar dados em solo espanhol durante os próximos três meses.
No entanto, o processo deixa algumas questões:
Porque é que Espanha bloqueou a Worldcoin?
A AEPD está preocupada com o procedimento que a empresa segue para oferecer criptomoedas aos utilizadores, que envolve a digitalização da íris, um dado biométrico. A tecnológica não informa devidamente o utilizador sobre a utilização que dá a estes dados, afirma o regulador.
O que torna a íris tão valiosa?
A íris de cada pessoa é única, como a sua impressão digital. Se os dados caírem em mãos erradas, podem ser usados para uma falsa identidade. Recolhe igualmente dados de saúde do utilizador.
Caso a informação seja negociada ou haja fuga de informação, os utilizadores vão poder ter problemas no futuro, por exemplo, quando desejar adquirir um seguro de saúde.
O que acontece às criptomoedas com esta proibição?
De acordo com a publicação espanhola, os utilizadores que possuem worldcoins não poderão usá-las enquanto durar a proibição da AEPD. Não será possível convertê-las em dinheiro ou transferi-las para conta bancária. Todas as operações de processamento de dados da empresa foram bloqueadas.
A medida foi, no entanto, esclarecida pela Worldcoin à ‘Executive Digest’. “As criptomoedas não estão congeladas para os utilizadores em Espanha. A capacidade dos produtos na World App mantém-se inalterada, sendo as recomendações de Espanha relacionadas com as verificações e não com a aplicação. Assim sendo, os utilizadores em Espanha podem continuar a utilizar a World App, independentemente de terem ou não feito a verificação numa Orb”, referiu fonte da empresa.
A Worldcoin poderá voltar a operar em Espanha?
A proibição dura três meses, havendo a possibilidade de ser prorrogada. Há várias investigações a nível europeu – incluindo em Portugal – sobre a atividade da empresa liderada por Sam Altman.
Já vendi a íris. Devo ficar preocupado?
Segundo a AEPD, é necessário ter calma. “O tratamento de dados já está paralisado, então um pouco de calma”, precisou Mar España, diretor da agência.
“Agora devemos investigar (o que aconteceu com os dados) e partilharemos os próximos passos que serão dados”, concluiu.
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