Vacinas da Covid-19 e gripe não chegam para agendamentos já feitos. Escassez vai manter-se até meados de outubro
A uma semana de arrancar a campanha de vacinação sazonal contra a Covid-19 e a gripe, que começa na próxima sexta-feira, sabe-se já que as doses existentes das vacinas não serão suficientes para responder aos agendamentos já feitos pelos utentes. A escassez de vacinas vai manter-se pelo menos até meados de outubro.
As farmácias que aderiram à rede de vacinação foram esta semana informadas, segundo o JN, que entre 19 de setembro e 10 de outubro irão chegar 175 mil doses de vacinas da gripe e 205 mil doses de vacinas contra a Covid-19.
Divididas estas doses pelos cerca de 2440 pontos de vacinação da rede, obtém-se uma média de entre 6 a 7 vacinas da gripe e Covid-19 por dia em cada farmácia, o que não será suficiente para responder a todos os agendamentos.
Após serem informadas desta realidade, várias farmácias viram-se obrigadas a ligar aos utentes para reagendarem marcações já feitas.
A falha estará relacionada com um problema no abastecimento global, sendo que Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), explica ao mesmo jornal que a partir de 16 de outubro “chegarão muitas doses” que, espera-se resolverão a questão.
Vão haver diferenças das vacinas disponíveis em cada farmácia até então, o que pode pôr em causa a toma simultânea das duas vacinas (gripe e Covid-19), no entanto a responsável da ANF sustenta que, ainda que os números não sejam coincidentes, “há pessoas que preferem fazer as vacinas em separado”.
Já a Direção Executiva do SNS assinala a procura elevada de agendamentos como “um facto muito positivo”, e explica que não são expectáveis “desvios significativos” nas entregas das vacinas, sendo que o calendário da vacinação “está alinhado com a capacidade de fornecimento dos laboratórios farmacêuticos das vacinas aos vários países, e com a própria capacidade de vacinação das instituições de saúde e das farmácias comunitárias”.
O problema verificado, diz esta autoridade, não porá em causa a concretização do plano de vacinação previsto para as próximas 8 a 10 semanas, que, indicam, será “cumprido sem constrangimentos relevantes”.