Usa Nolotil? Doentes a quem foi prescrito “não devem interromper o tratamento”, alerta Infarmed

No âmbito da revisão de segurança dos medicamentos contendo metamizol (como o Nolotil, muito comercializado em Portugal) que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) começou na semana passada, devido a preocupações sobre a eventual falta de eficácia das medidas atualmente existentes para minimizar o risco conhecido de agranulocitose, o Infarmed vem agora indicar que os doentes a quem foi prescrito o medicamento com a referida substância ativa devem continuar o tratamento.

“Salienta-se que os doentes a quem foi prescrito metamizol não devem interromper o tratamento. Apenas será necessário consultar imediatamente o seu médico, caso surjam sinais e sintomas de discrasia sanguínea, tais como mal-estar geral, infeção, febre persistente, hematomas, hemorragias ou palidez”, sublinha a autoridade nacional do medicamento, em comunicado.

Aos médicos prescritores e restantes profissionais de saúde “solicita-se especial atenção para a prevenção e/ou deteção precoce do aparecimento deste ou de outros efeitos indesejáveis”, segundo a nota do organismo, liderado por Rui Santos Ivo.

A agranulocitose é um efeito indesejável conhecido associado a estes medicamentos. Caracteriza-se por uma diminuição súbita e acentuada dos níveis de granulócitos, um tipo de glóbulos brancos, que pode levar a infeções graves, potencialmente fatais. Em Portugal, os Resumos das Características dos Medicamentos (RCM) contendo metamizol referem agranulocitose como efeito indesejável muito raro. Existem diferentes medidas de minimização deste risco implementadas em vários países da União Europeia.

A revisão da EMA em curso “foi iniciada uma vez que continuam a ser notificados casos de agranulocitose”. 2O Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da EMA irá agora rever o risco de agranulocitose e as atuais medidas de minimização deste risco para todos os medicamentos contendo metamizol autorizados na União Europeia nas diferentes indicações terapêuticas. O PRAC avaliará ainda o impacto desta reação adversa na relação do benefício-risco destes medicamentos e emitirá recomendações de acordo com a sua avaliação.”.

O Infarmed conclui “que continuará a acompanhar e a divulgar todas as informações pertinentes relativas a esta matéria, em coordenação com os restantes parceiros e com a EMA”.

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