Uma semana sem aulas, bullying e nova greve à vista: 300 pais de escola de Lisboa assinam carta aberta ao Governo
A greve desta sexta-feira, agendada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), está a deixar os pais e encarregados de educação do agrupamento de escolas D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, à beira de um ataque de nervos: é a sétima greve marcada desde setembro, o que fez os alunos do secundário perder o equivalente a uma semana de aulas. Cerca de 300 pessoas enviaram uma carta aberta ao Ministério da Educação, presidente e vereadora da Educação da Câmara Municipal de Lisboa e à Junta da Freguesia do Areeiro a apelar à contratação de mais pessoal não-docente e à melhoria das condições da sua carreira.
“O número insuficiente de pessoal não-docente não só leva ao desgaste dos profissionais existentes, a situações incomportáveis no caso de doença ou ausência de alguém, mas também a relatos de aumento de bullying ou de falta de supervisão nos recreios e espaços comuns das várias escolas. Perde a qualidade de ensino, perdem os alunos e perde a comunidade”, refere a carta, revelada pelo jornal ‘Observador’, dos 300 pais e encarregados de educação do agrupamento de escolas D. Filipa de Lencastre – que abarca o Jardim de Infância António José de Almeida, a Escola Básica 1 São João de Deus e a Escola Básica 2 e 3 D. Filipa de Lencastre, num total de quase 2 mil alunos.
Desde o arranque do ano letivo, o agrupamento “enfrentou já sete greves que fecharam uma ou mais escolas”, lamentam os pais, salientando que os alunos do secundário “perderam já uma semana de aulas, em comparação com outros estudantes de outras escolas da mesma freguesia, com os quais irão concorrer em pé de igualdade pelo acesso ao Ensino Superior, daqui a mais ou menos seis meses”.
Esta é uma realidade “injusta” para as famílias, mas também “para as escolas, os docentes e para todos os trabalhadores que têm de recorrer à greve para alertar para os vários problemas que enfrentam”, consideraram, salientando que “os ordenados e carreiras estão nas mãos do Ministério da Educação, mas a contratação de pessoal” cabe às Juntas de Freguesia – pretendem esclarecer “o número de pessoal não-docente contratado para as escolas públicas da freguesia e se este é suficiente para as necessidades escolares”.