Termina hoje greve da Função Pública: Protesto deverá afetar funcionamento das escolas e muitas podem não abrir

A greve nacional da função pública termina esta sexta-feira com a paralisação dos assistentes operacionais, num dia que se prevê ter um impacto significativo, sobretudo no funcionamento das escolas. Há já nova paralisação agendada para Março.

Pedro Gonçalves
Fevereiro 28, 2025
6:30

A greve nacional da função pública termina esta sexta-feira com a paralisação dos assistentes operacionais, num dia que se prevê ter um impacto significativo, sobretudo no funcionamento das escolas. À semelhança do que aconteceu na véspera com os assistentes técnicos, espera-se que várias escolas e jardins de infância permaneçam encerrados por falta de funcionários, afetando milhares de alunos e famílias.

A paralisação foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), afeta à CGTP, e teve início na quarta-feira, 26 de fevereiro, abrangendo diferentes categorias de trabalhadores em dias distintos:

26 de fevereiro – Técnicos superiores
27 de fevereiro – Assistentes técnicos
28 de fevereiro – Assistentes operacionais

Os trabalhadores exigem a valorização das carreiras, aumentos salariais imediatos e a aplicação da valorização por antiguidade a todas as carreiras da administração pública.

Encerramento de escolas e serviços públicos afetados
Com os assistentes operacionais a aderirem à greve esta sexta-feira, o impacto no setor da educação deverá ser particularmente acentuado. Já na quinta-feira, várias escolas encerraram devido à falta de assistentes técnicos, e o cenário poderá repetir-se hoje, com estabelecimentos a não abrirem portas por falta de funcionários essenciais ao seu funcionamento.

Além da educação, a greve afetou diversos setores essenciais, incluindo saúde, autarquias e tribunais. Foram registados:

  • Encerramento ou funcionamento reduzido de centros de saúde e unidades hospitalares, levando ao adiamento de consultas e cirurgias.
  • Interrupção de serviços administrativos em câmaras municipais, repartições de finanças e outros serviços públicos.
  • Impacto nos tribunais, uma vez que os funcionários judiciais aderiram também à paralisação.

Em Coimbra, Lisboa, Gondomar, Porto e Vila Nova de Gaia, estão previstas ações de protesto e conferências de imprensa ao longo da manhã, com a presença de representantes sindicais.

Reivindicações e críticas ao Governo
A FNSTFPS justifica a greve com a falta de respostas do Governo às reivindicações dos trabalhadores, sublinhando que o acordo salarial assinado em novembro com a Fesap e a Frente Sindical não é suficiente para garantir uma valorização justa das carreiras gerais da administração pública.

Os sindicatos exigem:

  • Abertura imediata de processos negociais para valorização profissional;
  • Aumento imediato dos níveis remuneratórios;
  • Aplicação da valorização por antiguidade a todas as carreiras da administração pública.

Apesar de o Governo ter estabelecido uma progressão da base remuneratória até 2028, com um aumento para 1.056,03 euros, a Frente Comum não aceitou o acordo, alegando que as medidas propostas não resolvem os problemas estruturais da função pública.

Nova greve nacional já marcada para março
Além da paralisação de três dias agora concluída, os sindicatos já marcaram uma nova greve nacional para 6 de março, reivindicando a revisão e valorização imediata de todas as carreiras não revistas.

“O Governo continua sem dar resposta às exigências dos trabalhadores e sem apresentar soluções concretas para a valorização das carreiras gerais da função pública”, acusou a FNSTFPS.

Com a paralisação desta sexta-feira a provocar um forte impacto, sobretudo no setor da educação, os sindicatos mantêm a pressão sobre o Governo para novas negociações. O desfecho destas mobilizações poderá ditar o rumo das próximas semanas e a possibilidade de novas paralisações em março.

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